Opinião

“Semana do Meio Ambiente”, por Nancy Feruzzi Thame

mulher_meioambiente2Nesta semana teremos uma enxurrada de ações voltadas às comemorações do Dia Internacional do Meio Ambiente. O mesmo de sempre?

A questão é que nos afastamos demais do ambiente natural. Não quero dizer aqui que deveríamos viver como na Idade da Pedra ou na Idade Média ou, ainda,  em tribos.

Aliás, em tribos, já vivemos, e seria bom se não vivenciássemos tanta tristeza e amargura nas imposições artificiais ali colocadas. Aliás, via-de-regra, a ordem é consumir. Se as vendas caem, mais crédito é liberado para a população, que corre comprar o desnecessário, endividando-se, perdendo a coerência com o que é essencial para uma vida mais feliz. Não se discute o sistema, mas ações pontuais.

Se tudo estivesse tão bom, não teríamos jovens sem rumo, tristes, exigindo a perfeição de um corpo que adoece com a alma. Se tudo estivesse tão bom, não teríamos idosos abandonados, solitários, entregues à própria sorte, quando muito da sabedoria acumulada poderia ser transformada em alegria, inclusive para os jovens. Se tudo estivesse tão bom, não teríamos mães tão desesperadas com filhos totalmente dependentes de drogas.

Pensar o meio ambiente é pensar em nós, seres humanos, como os únicos que interferem de forma brusca, transformando sem parar, sem análise do limite.

Precisamos de conforto? Sim. De tecnologia? Certamente. De preparo humano para atender às diversas demandas de uma sociedade complexa? Sem dúvida.

Mas onde investimos de verdade? O que queremos? O progresso a qualquer custo? O que é progresso?

Comemorar este dia é refletir sobre a natureza, que  inspira o sentimento de liberdade. Conhecer um pouco sobre ela, principalmente sobre as plantas, é descobrir detalhes fascinantes de um mundo de cores e benefícios a todos que povoam este planeta.

Por isso, hoje, resolvi não falar sobre os jardins criados por nós, que são importantes, mas falar sobre o grande jardim que recebemos de graça.

Fica a sugestão para uma visita  aos vários espaços verdes abertos ao público, onde, além de contemplá-los, podemos fazer uma reflexão profunda, pois a natureza nos ensina a força da transformações, com tantas delas culminando em superações, em valorização do essencial à vida.

*2ª vice-presidente do Secretariado da Mulher