A barbárie cometida contra o jornal satírico “Charlie Hebdo” que resultou na morte de 12 pessoas uniu todos os povos e religiões na defesa da liberdade de expressão, na liberdade de imprensa.
Na França, mesmo aqueles que ao longo dos anos sofreram críticas ácidas do jornal parisiense não hesitaram em se irmanar à toda nação para repudiar esse crime incompreensível, injustificável.
Além do repúdio ao massacre, o atentado dos terroristas levou multidões às ruas francesas e de todo mundo com um grito uníssono de “Liberdade de expressão!” e um slogan que ganhou as redes sociais, as camisas e as ilustrações: “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie).
Sim, todos nós somos “Charlie”. Todos nós usamos a nossa inteligência, o nosso senso de humor para expressar opiniões, descontentamentos, para registrar de maneira sutil, irônica, sarcástica, aquilo que percebemos e criticamos.
É a liberdade de expressão, o respeito às opiniões diferentes e às diversidades de nossas crenças políticas e religiosas que permite a salutar convivência democrática. Sem ela, não há convivência possível, não há como existir o contraditório, não há democracia.
O presidente francês François Hollande resumiu bem esse sentimento ao dizer, ainda no calor da tragédia, que seu país passou por essa situação por ser democrático: “A França é ameaçada porque somos um país de liberdade”.
A liberdade de maneira geral, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são irmãs inseparáveis, ligadas umbilicalmente para a formação de um regime verdadeiramente democrático, de uma nação livre.
Não há como aceitar qualquer tipo de terrorismo obscurantista ou de ameaça intimidatória para cercear a liberdade de expressão.
O ataque ao “Charlie Hebdo” é uma agressão à democracia, é um gesto autoritário, totalitário, de quem não aceita opinião, crença ou ideia diferente.
Por isso, no Brasil, precisamos estar atentos e vigilantes a qualquer tentativa de “regulamentar” a imprensa, como pretende o governo petista de Dilma Rousseff.
Querer regulamentar a imprensa é agredir o direito de cada um e de todos nós de sermos informados, de convivermos com diferentes ideias, ideais e aceitarmos pontos de vistas distintos dos nossos.
Sem liberdade de imprensa, sem liberdade de expressão não há cidadania, não há democracia.
Tentar regulamentar a mídia é um ato criminoso aqui, no Brasil, ou em qualquer outro lugar no mundo. Somente estados tiranos, como Coreia do Norte e Cuba, impõem pensamentos únicos, com partido único.
O melhor antidoto para combater essa nefasta ação do governo Dilma é mostrar à sociedade os riscos que corremos sem liberdade de expressão.
Para isso, devemos recorrer a um famoso filosofo francês, Voltaire:“Eu posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”
Não há lição maior do que essa!
Solange Jurema, presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB