Opinião

25 de novembro, Dia de Combate à Violência Contra a Mulher e Dia do Doador de Sangue. Coincidência, não? Por Telma Tulim

Foto: PSDB Mulher SP
Foto: PSDB Mulher SP

Foto: PSDB Mulher SP

O dia 25 de novembro é, ao mesmo tempo, data que marca os movimentos contra a violência às mulheres e também um dia para comemorar, abraçar e agradecer os benevolentes doadores de sangue.

Ao verificar os números trágicos das pesquisas mundiais, constatamos que no Brasil a maior causa de morte de mulheres é a violência. No mundo mais de 30% da população feminina experimenta ou já experimentou algum tipo agressão física ou sexual de seu parceiro.

A violência  que cerca as mulheres ocorre principalmente no ambiente familiar, local em que seu sangue, muitas vezes,  é derramado com o uso da força física.  Em alguns casos, há um derramamento de energias, por agressões psicológicas que aos poucos vai minando as forças da vítima.

Violência que deixa rastros de sofrimento, dor, desespero, desamparo, traumas em crianças, abandono de idosos, entre tantas outras consequências.

Violência que afeta a economia do país, sobrecarrega os sistemas de saúde e deixa impunes os agressores.

Violência que gera mais violência e vai ensinando as gerações futuras.

Mais difícil do que livrar-se das agressões é influenciar o poder público a destinar recursos financeiros para mudar essa situação;  mobilizar governos para que invistam em estruturas físicas e profissionais com a finalidade de auxiliar tantas famílias que se destroem nas amarguras dessa situação constrangedora.

E quem está preocupado?  No Brasil há uma lei vigorando há 8 anos; uma legislação que trouxe esperança para tantas mulheres, mas que não consegue deixar o branco do papel e passar ao colorido da realidade e, de forma inaceitável,  não conseguem alterar os números que permanecem  altos, com graves conseqüências  para a saúde física e mental das vítimas.

Percebemos que os governos, nos três níveis de poder, não demonstram qualquer interesse em praticá-la na sua integralidade.

Delegacias de Atendimento à Mulher, com suas estruturas de Polícia Judiciária conseguem – às vezes – prender e/ou punir os agressores mas não tem condições de amparar as vítimas e seus filhos.

A  Casas de Apoio são poucas e com raríssimas exceções, desprovidas de profissionais em número suficiente para execução do trabalho que deve ser realizado com amor, dedicação e muito profissionalismo.

Grupos de Apoio e Reeducação aos Agressores, não temos notícias da existência, embora seja uma previsão expressa na lei.

Deveríamos nos lembrar que, no momento em que ajudamos a mudar a vida de uma mulher, damos oportunidade para que todos os seus descendentes tenham também outro destino, de vida plena e em paz.

Chega de derramamento de sangue, agradecemos os doadores, mas não queremos mais os derramadores do líquido precioso da vida.

*Telma Tulim  é Delegada de Polícia  Aposentada, Advogada, Vereadora  

*Do site do PSDB Mulher-SP