Nesta terça-feira (25), se comemora o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU), para iniciar ações de combate à opressão. O Brasil, quatro dias antes, mostrou ao mundo que não tem o que comemorar, assistindo estarrecido, nos telejornais, ao assassinato de mais uma de suas Marias.
Maria Beatriz de Souza Santana era uma menina bonita de 14 anos de idade, cheia de sonhos e planos para o futuro. Uma adolescente de João Pessoa (PB), com a vida inteira pela frente. Como tantas outras Marias da mesma idade, sonhava apenas em alcançar a felicidade, crescendo em um país desigual.
Os sonhos de Maria Beatriz acabaram na última sexta-feira (21), de maneira brutal e gravada pelo sistema de vídeo da escola em que estudava. Quem os destruiu foi o ex-namorado de 15 anos que, inconformado com o rompimento do namoro, disparou três tiros na menina, no corredor do colégio onde também era aluno. Levada ao hospital, Maria Beatriz não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.
No bolso da calça do uniforme da menina, um bilhete para as amigas contava sobre o fim do namoro.
Lemos as notícias que falam em duas famílias destroçadas e a abordagem parece injusta. De um lado há a família de Maria Beatriz; a quem foi negada a oportunidade de ver sua filha amadurecer; desabrochar; ir para a faculdade; ter um filho; o primeiro emprego. Pensamos no desespero dessa mãe, que deve ter se despedido com um beijo da filha que perdeu de maneira estúpida, por machismo e violência.
De outro lado, há uma família que será privada por três anos do convívio de um adolescente, mas não o perdeu para sempre. Uma família que, se Deus quiser, deve estar se perguntando hoje que tipo de valores ensinou a esse filho, para que ele um dia acordasse, pusesse um revólver no bolso e fosse para a escola, tirar a vida de uma mocinha, apenas por haver sido rejeitado por ela.
Vemos a foto da mãe do menino, dando apoio ao filho na Delegacia da Criança e do Adolescente, e ficamos pensando se esse suporte não veio tarde demais. O que faltou, na formação desse jovem assassino, que o fez achar ter o direito de tirar a vida de Maria Beatriz?
Em meio a essas duas famílias esperamos, aqui no PSDB Mulher Nacional, que exista um corpo docente questionando suas regras de segurança. Uma escola buscando entender como foi possível a um aluno entrar armado em suas dependências; debatendo como evitar que essa tragédia se repita no futuro. Como ensinar nas salas de aula que o respeito às mulheres é dever de qualquer homem que se pretenda civilizado.
A violência que ceifou a vida de Maria Beatriz poderia ter levado qualquer menina, porque a verdade é que não estamos fazendo a nossa parte. Poderia ter sido a filha de qualquer uma de nós, aqui no PSDB Mulher, ou a sua.
*Secretariado Nacional da Mulher PSDB/PSDB Mulher