O país inteiro se surpreendeu com a postura pouco ética da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, que copiou, literalmente, alguns trechos do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) apresentado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E, sem qualquer vergonha, apresentou-o à Nação como parte do seu Programa de Governo!
Uma postura, no mínimo, equivocada e que foge inteiramente aos padrões de quem pretende governar um país com a dimensão politica, econômica e social do Brasil.
É, sem meias palavras, um gesto de profunda desonestidade intelectual por sequer citar a fonte que a inspirou; o governo Fernando Henrique Cardoso no seu 2PNDH, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Como imaginar que uma candidata que prega o fim da “velha política”, o fim da dicotomia que, segundo ela, empobrece o debate político, possa tentar enganar a população brasileira?
Como acreditar na originalidade de suas outras propostas se, em uma delas, importante para a sociedade, Marina plagia ideia de terceiros, de um adversário político, sem qualquer constrangimento?
É normal, natural e até mesmo salutar que governantes, ou mesmo candidatos, copiem de eventuais adversários políticos aquelas propostas que considerem corretas e que possam trazer benefícios a população desde que, é claro, deem crédito a quem de direito.
Copiar até pode, mas dê o crédito.
Faz parte do processo democrático e a população é que se beneficia quando há a continuidade de programas, de ações governamentais ou mesmo de discussões que enriquecem e esclarecem a opinião pública.
Diversas gestões tucanas municipais e estaduais em todo o território nacional adotaram programas de governos anteriores, de outros partidos, aprimorando-os. Mas nunca esqueceram de dar os nomes aos bois, de apontar o autor original da ação governamental.
Marina, em seu afã de apresentar um Plano de Governo, optou por copiar as boas ideias contidas no 2 PNDH de Fernando Henrique Cardoso, sem citar o autor do programa. Além disso, na sua pressa infantil, apoiou e depois desapoiou o casamento gay, para mais tarde tentar “corrigir” o que chamou de lapso.
Como bem definiu nosso candidato a Presidente da República, Aécio Neves, o gesto dela surpreendeu a todos e revelou o improviso que vive sua campanha socialista e a falta que faz uma equipe de assessores que lhe dê sustentação séria e fundamentada. Em outras palavras, sua incapacidade de administrar.
Mas Marina Silva não é a primeira opositora do PSDB a fazer isso e nem a primeira que tenta se apropriar do ideário tucano. Os governos petistas na Presidência da República tentaram se apoderar das ações dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, como a estabilidade econômica e os programas sociais que redundaram no bolsa família.
Marina Silva parece trilhar a mesma e perversa doença da imaturidade e cegueira política que contamina algumas lideranças e partidos brasileiros. Como se só eles fossem capazes de formular e implantar programas, como se o Brasil só existisse depois dos governos deles…