Determinada a mostrar que quer encerrar com a polarização política no país, a candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) mostrou durante o debate, promovido pelo SBT, CNN Brasil, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra, na noite de sábado (24/09), que sua intenção é trabalhar com sensibilidade para implementar as mudanças que o país precisa.
“Faz 4 anos que há essas discussões ideológicas e brigas, dessas mentiras de corrupção, o Brasil quer e precisa de mudança de verdade. Eu estou pronta para unir o Brasil com amor e com coragem derrotar a fome a miséria, estou pronta para unir o Brasil com amor, tenho experiência para isso”, disse Tebet.
Ao lado da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), sua candidata a vice-presidente na chapa, Tebet reiterou que um presidente da República deve governar para todos. “Tenho como vice uma pessoa que é tetraplégica para mostrar que o Brasil realmente precisa se unir em torno dos 215 milhões de brasileiros e termos os melhores projetos para isso.”
O debate começou às 18h15 foi dividido em quatro blocos com direito a perguntas entre os candidatos, réplica e tréplica. Os jornalistas também fizeram perguntas aos candidatos.
Debate
Ao dirigir perguntas ao candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro, Simone Tebet disse que ele “não respeitou a dor” de quem perdeu entes queridos na luta contra a Covid-19, que faz menções utilizando palavrões e palavras de baixo calão. Também afirmou que ele autorizou o corte de recursos para a merenda escolar e creche nem prioriza crianças e mulheres.
O candidato negou as afirmações, mas Tebet lembrou ainda que ela e outras senadores durante a CPI da Pandemia, no Senado, foram vítimas de violência política. “Não vi uma manifestação [sobre a violência política contra mulheres]. Você mente, não trabalha, anda de jet sky. Não terei um governo corrupto como o do senhor e do PT.”
Diante da ausência do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet lamentou e disse que a não presença é uma representação de covardia. “O debate é a essência da democracia num processo eleitoral. É quando as máscaras caem, quando não tem maquiagem, não tem marqueteiro.”
Para a candidata, é fundamental participar de debates: “É quando a verdade que prevalece, o eleitor tem sensibilidade de sentir pelo tom de voz e pelo o que está visualizando. Se o eleitor é compromissado. Espero que todos compareçam, a covardia é o pior dos crimes”.
Feminismo
No terceiro bloco, a senadora Simone Tebet afirmou que jamais se confessaria com Padre Kelmon (PTB) ao responder uma pergunta sobre aborto no debate. Ela lamentou a “visão seletiva” do candidato à presidência e disse que ele tem um conceito diferente de feminismo.
“A senhora se diz feminista, dentro desta agenda está o apoio incondicional à legalização do aborto. A senhora concorda? Como presidente apoiará o assassinato de bebês indefesos no ventre de suas mães?”, questionou Kelmon.
Tebet respondeu: “Candidato, o meu conceito de feminista é diferente do seu conceito. Sabe o que para mim é ser feminista? Defender o direito das mulheres. De ganhar iguais salários que os dos homens porque a mulher preta no Brasil recebe até 40% menos. O meu feminismo é pela primeira vez uma mulher presidente da Comissão de Combate à Violência contra Mulher, exigir leis mais severas para colocar na cadeia homens que batem covardemente em mulher. É isso que é ser feminista”.