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“Inflação e autoritarismo, STF e Democracia”, por Thelma de Oliveira

Foto: George Gianni/PSDB

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-300x199.jpgDois episódios nessa semana chamaram a atenção da opinião pública e mostraram como o atual governo age sempre no sentido de prejudicar a população e atentar contra o regime democrático.

O primeiro deles se relaciona com o crescente aumento de preços no país, especialmente nas gôndolas dos supermercados, com os alimentos disparando  e alcançando patamares antes do Plano Real, que estabilizou a economia brasileira.

Só o preço do tomate já subiu 31,72% e o da batata inglesa 17,27%, até março desse ano, e revelam o descontrole e a ausência de uma efetiva política agrícola e de abastecimento no país. Sinalizam claramente que o governo se descuidou dessa tarefa essencial, que é a preservação do poder de compra da população.

Mas o que inflação tem a ver com um governo autoritário, como escrito anteriormente?

Tem a ver porque, segundo noticias veiculadas, a presidente Dilma Rousseff e a sua equipe econômica estariam discutindo a possibilidade de excluir os preços dos alimentos do índice oficial da inflação.

No Brasil, nos idos do regime militar, o então todo poderoso ministro da Fazenda, Delfim Netto, expurgou a “inflação do chuchu” do índice oficial de preços, “comendo” 26% do cálculo oficial de preços, surrupiando parte do reajuste salarial anual dos brasileiros – na época, o índice servia de parâmetro, de referencia para os reajustes salariais.

O outro episódio é alvissareiro. Trata-se da corajosa decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, que garantiu à minoria no Senado e no Congresso Nacional o direito de realizar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras.

Em caráter liminar, ela acatou o pedido dos partidos de oposição e determinou que o Senado Federal instale a CPI da Petrobras, exclusiva, sem aqueles outros penduricalhos que só tinham a intenção de desviar a atenção da população e impedir uma investigação séria e profunda sobre a Petrobras.

É a firmação da Democracia, o respeito a Constituição e a autonomia dos Poderes, com a garantia de que a oposição possa fazer o seu papel de fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos que, no caso da Petrobras, foram praticamente dilapidados.

O que os governos petistas fizeram com a Petrobras assombrou o mundo: em quatro anos reduziram o seu valor à metade! Pegaram a maior estatal brasileira e a rebaixaram do 12 lugar (décimo segundo) para o 120 (centésimo, vigésimo) entre as maiores empresas do mundo.

Ainda bem que vivemos num regime democrático, em que os Poderes exercem seu papel e há liberdade de imprensa e de expressão para evitarmos que um novo autoritarismo se impunha nas contas públicas e no Parlamento brasileiro.