Personalidades femininas que marcaram história no País têm agora seus nomes em espaços da Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira (16), a primeira-secretária da Casa, deputada Soraya Santos (PL-RJ), inaugurou as placas com os nomes, acompanhada de outras integrantes da bancada feminina.
Para o plenário 2 das comissões, um dos principais da Câmara, o nome escolhido foi o da ex-deputada federal Ceci Cunha, assassinada em 1998, em um crime encomendado pelo suplente. Do mesmo estado de Ceci Cunha, a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) lembra a violência política ainda enfrentada pelas mulheres no País. “Estamos trazendo o nome de Ceci Cunha para representar todas as mulheres e dizer que a violência política existe, no nosso dia-a-dia, como parlamentar e como política no nosso país.”
Para o plenário 11 do anexo 2 da Câmara, onde funciona a Comissão de Viação e Transportes, o nome escolhido foi o da aviadora Anésia Pinheiro Machado. Em 1954, Anésia foi proclamada decana mundial da aviação feminina pela Federação Aeronáutica Internacional, como destaca a deputada Tabata Amaral (PDT-SP). “O quão simbólico que é essa ocupação literal da Câmara dos Deputados por mulheres que foram tão importantes para que nós estivéssemos aqui. A nossa primeira aviadora mulher, que fez o primeiro voo em solo nacional, uma mulher reconhecida mundialmente não só na área da aviação, mas também por suas lutas em prol das mulheres.”
Já o plenário 13, onde costumam acontecer as reuniões da Comissão de Ciência e Tecnologia, agora tem o nome de Marília Chaves Peixoto. Matemática e engenheira, Marília é considerada uma autoridade na área, sendo a primeira mulher brasileira a ingressar na Academia Brasileira de Ciências, em 1951. Coordenadora da bancada feminina na Câmara, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) comenta a importância da escolha. “Nossa homenagem e reconhecimento e, mais do que isso, mostrar que nós, mulheres, podemos estar onde nós quisermos.”
No Plenário, na última sessão do Congresso do ano, a deputada Soraya Santos lembrou do simbolismo de cada um dos nomes escolhidos para representar nos espaços da Câmara a presença feminina em diferentes áreas. “Que essas mulheres possam inspirar tantas meninas no futuro. [Além dos nomes nos plenários, temos] também na galeria, onde tem a ala das mulheres eleitas, mostrando o esforço que o Brasil vem fazendo na eleição das mulheres. Ali, temos o nome de uma professora, de uma guerreira do Rio Grande do Norte. No principal corredor de acesso para esse Plenário, nós tivemos uma mulher, a Teresa de Benguela, uma mulher que pregou o direito à liberdade e que representa tantas mulheres negras desse país, que têm uma luta pelo seu direito de ir e vir, pela aplicação do artigo quinto, que já determina igualdade de direitos entre homens e mulheres”, lembrou Soraya Santos.
Galeria
Como destacado pela deputada, a galeria de fotos que homenageia ex-deputadas federais tem agora o nome da professora Celina Guimarães Vianna, que há cem anos já lutava pela representatividade feminina no Parlamento. E, no corredor de acesso ao Plenário, está o nome de Tereza de Benguela, ícone da resistência negra no Brasil colonial. Tereza liderou o Quilombo Piolho, o maior do estado de Mato Grosso.
Reportagem – Ana Raquel Macedo
Com informações da TV Câmara
Edição – Ana Chalub
Com informações da Agência Câmara de Notícias