A ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Delaíde Arantes, vai fazer uma palestra na Universidade de Sorbonne, na França, em março, para juristas franceses e alunos de pós-graduação. Ex-empregada doméstica, ela defendeu junto à OIT (Organização Internacional do Trabalho) que os Estados deveriam oferecer ensino fundamental, médio e superior aos profissionais que lavam, passam e cozinham
Filha de agricultores, Delaíde Atrantes nasceu e criou-se na cidade de Pontalina, no interior de Goiás, onde passou a ajudar o pai na lavoura no início da adolescência, junto com os oito irmãos, plantando milho e feijão. Aos 14 anos saiu do campo para concluir o ensino fundamental na cidade, onde trabalhou por um ano como empregada doméstica e dois anos como recepcionista no consultório de um médico, que acabou por incentivá-la a estudar.
Mudou-se para Goiânia e aos 18 anos voltou a trabalhar como empregada doméstica enquanto estudava. Aos 23 começou a cursar Direito no Centro Universitário de Goiás (Uni-Anhanguera), patrocinada pelo então Crédito Educativo, um programa de bolsa estudantil do governo. Deixou o emprego de doméstica e começou a estagiar num escritório de advocacia, onde passou a se dedicar ao Direito Trabalhista. Após se formar, abriu o próprio escritório de advocacia, especializado em relações trabalhistas, onde trabalhou por cerca de 30 anos.
Em 2011 foi indicada pela OAB para ocupar uma vaga de ministro do TST, tendo o nome escolhido pela então Presidente do Brasil, Dilma Rousseff.