A presidente do PSDB-Mulher, Yeda Crusius (RS) juntamente com a presidente de honra, Solange Jurema (AL) e a deputada federal Shéridan (RR) criticaram a determinação do presidente Jair Bolsonaro para que as unidades militares do país comemorem o golpe de 1964. O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin (SP), divulgou nota repudiando a atitude. A polêmica sobre a celebração teve início nessa segunda-feira (25) e foi considerada indevida pelo líder tucano.
Em nome do partido, Alckmin disse que “a história brasileira não pode ser reescrita por governantes de plantão” e que não se pode apagar a triste memória de tempos sombrios, que deixaram centenas de mortos ou desaparecidos, de acordo com relatório divulgado pela Comissão Nacional da Verdade divulgado em 2014.
O tucano avisou que o PSDB estará de prontidão para denunciar qualquer flerte com regimes ditatoriais, sejam eles de esquerda ou direita.
Solange Jurema também condenou a determinação do atual presidente brasileiro e afirmou que ditaduras são sempre um risco e deixam um rastro de dor e sofrimento por onde passam.
“As pessoas que estão no poder em uma ditadura vão perdendo a noção de limite. A história mostra isso para a gente. Um regime ditatorial nunca é motivo para celebração”, complementou.
A tucana ainda mencionou a famosa frase do primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”.
Já a deputada Shéridan utilizou as redes sociais para dizer que “ditadura não se comemora, se condena”. “Seja no Brasil, no Paraguai, no Chile, na Alemanha, na Venezuela. Em qualquer lugar. Seja ela de esquerda ou de direita. Mais do que se preocupar com 1964, o presidente deveria estar preocupado com 2019 e com as próximas gerações”, protestou em sua conta no Twitter.
Confira a íntegra da nota publicada no site do PSDB Nacional:
O PSDB e seu compromisso com a democracia
Diante desta decisão, cabe ao PSDB reiterar publicamente seu mais absoluto compromisso com democracia. Consideramos tal comemoração indevida.
A história brasileira não pode ser reescrita por governantes de plantão. Tampouco se pode apagar a triste memória de tempos sombrios, que deixaram como saldo centenas de mortos ou desaparecidos, de acordo com relatório divulgado pela Comissão Nacional da Verdade divulgado em 2014, e permitiram que mais de mil presos políticos fossem submetidos à tortura.
Em respeito a todas essas vítimas do arbítrio e àqueles que lutaram pela redemocratização do país, o PSDB seguirá vigilante e de prontidão para denunciar qualquer flerte com regimes ditatoriais, sejam eles de esquerda ou direita.
Reportagem Tainã Gomes de Matos