O país assistiu o governo Dilma Rousseff e o PT se renderem a um dos mais importantes preceitos da economia de mercado, que é a atração de investimentos para gerar empregos e renda. Fizeram o leilão do campo de Libra, o maior do pré-sal, com produção prevista de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo em 35 anos.
Em português claro, privatizaram o pré-sal, atitude que a então candidata petista chamava de “crime”.
Passaram-se 11 anos para que o chamado Partido dos Trabalhadores e seu governo federal entendessem que o mundo está globalizado, que a economia é praticamente uma só e que o Estado – qualquer um – não dispõe de recursos para despesas pesadas como no investimento para exploração de petróleo na camada do pré-sal.
Renderam-se a um modelo já desenhado no governo Fernando Henrique Cardoso e que, com a privatização do sistema de telecomunicações, colocou o Brasil totalmente inserido no universo das redes sociais, da telefonia celular, nos tempos de smartphones.
O que seria do Brasil, hoje, se ainda tivéssemos aquele arcaico modelo de telecomunicações herdado do regime militar (e que ironicamente por vezes o governo Dilma revive) em que mastodontes estatais não respondiam à demanda da sociedade?
Mas, mesmo se submetendo à realidade econômica e politica do mundo globalizado, o PT e seu governo Dilma Rousseff “privatizantes” não aprenderam como se faz.
Ela e o PT enganaram o povo nas campanhas presidenciais de 2002, 2006 e 2010 chamando os candidatos tucanos de “privatizantes”, que iriam privatizar essa ou aquela empresa, inclusive a Petrobras, que hoje, no modelo de leilão adotado, só terá 30% de participação no consórcio vencedor.
E não souberam desenhar um modelo próprio de privatização que atraísse de fato o investidor estrangeiro – somente 10 empresas petrolíferas se credenciaram para disputar o leilão, mesmo assim com receios e restrições.
E só houve uma proposta.
Na verdade não houve um leilão. Somente um consórcio se apresentou, levando o futuro petrolífero do Brasil sem concorrência, ganhando com o percentual mínimo de repasse de petróleo, variável que definiria o vencedor.
Isso porque as regras definidas pelo governo não davam garantias necessárias aos investidores, que preferiram não correr o risco de perder rentabilidade. Ou seja, esse governo não é confiável para o investidor estrangeiro pelas seguidas quebra de regras e pela sua permanente inconsistência e dúvidas em “privatizar” serviços/ concessões sem assumir isso claramente, no discurso e no marco regulatório.
De outro lado, o modelo de partilha (em que a União fica com parte do petróleo extraído) adotado pela Petrobras define que a maior estatal brasileira detenha apenas 30% do controle do controle, de um empreendimento descoberto por ela, numa histórico trabalho de campo dos petroleiros brasileiros.
As próprias centrais sindicais e sindicatos atrelados ao governo petista questionam essa partilha, taxando-a de entrega da “soberania nacional”, mas essa é outra discussão.
Foram tratados como baderneiros e agredidos por um aparato repressor digno da ditadura militar.
O fato é que PT e Dilma quebraram, mais uma vez, as suas promessas de campanha. Fazem o que disseram, em três eleições presidenciais, o que nós, tucanos, iríamos fazer se fossemos vitoriosos.
Enganaram o povo, enganaram o eleitor, mas não enganarão mais por muito tempo.
Como já ensinava o presidente abolicionista norte-americano Abraham Lincoln: “Pode se enganar a todos por algum tempo; pode se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”
Os fatos estão aí, as privatizações também, assim como 2014 – falta menos de um ano para as eleições presidenciais, em que eles não poderão mais continuar enganando o povo. E nem cometer mais, aí sim, “crimes” contra o Brasil impunemente.