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PSDB-Mulher discute participação feminina na política em seminário para eleitas

A presidente de honra do PSDB-Mulher, Solange Jurema (AL), foi a mediadora do painel “Participação das mulheres na política”, terceiro bloco do primeiro dia de seminário de capacitação para tucanas eleitas. Ao lado da deputada federal Soraya Santos (PR-RJ), eleita primeira secretária da Câmara dos Deputados; da cientista política da FGV-SP, Lara Mesquita;  e da diretora do Instituto Alziras, Clara de Sá, a tucana comandou o debate sobre a baixa representatividade da mulher na política, causas e possíveis soluções para o problema.

Com o objetivo de incentivar a reflexão sobre como a mulher pode contribuir para o fortalecimento da democracia, a discussão teve ampla participação das tucanas que fizeram perguntas e questionaram os dados apresentado pelas palestrantes.

Solange Jurema reforçou a importância da ocupação das mulheres em lugares de destaque para que as bandeiras femininas avancem de fato no país. “Nós só conseguimos os 30% para as mulheres porque calhou que, naquele momento, os espaços jurídicos estavam ocupados por mulheres. Tínhamos a advogada geral da união, uma mulher no Tribula Eleitoral, uma mulher no Supremo. Foi a mobilização dessas mulheres que fez toda a diferença”, lembrou.

Feminismo

A participação da deputada federal, Soraya Santos (PR-RJ), primeira mulher a ser eleita Primeira Secretária da Câmara do Deputados, foi um dos destaques do debate. Ela falou sobre a importância de explicar para a população sobre o conceito do feminismo e o legado da luta das mulheres constituintes que conseguiram garantir, por meio do artigo 5º da Constituição Federal, a garantia de direitos iguais para homens e mulheres.

“30 anos depois de deixar taxativo que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, nós nos perguntamos será? Será que a mulher está mesmo com o direito de ir e vir sem ter infortúnio?  Uma ejaculação no ônibus? Será que a mulher está conseguindo dizer para a sociedade que ela não quer um transporte que tenha um vagão rosa? Que ela tem o direito de usar um vagão como qualquer cidadão? ”, questionou.

A parlamentar também mencionou a aprovação da Lei 13.104/15, conhecida como a Lei do Feminicídio, que tipificou o crime cometidos em razão do gênero. “Quantas mulheres são mortas por sentimento de posse? Aprovamos, sim, o feminicídio em 2015, tipificamos isso. Mas infelizmente a triste realidade é que ainda o crime é subnotificado e ainda temos 13 mulheres mortas por dia” lamentou Soraya. E completou: “É por isso que nós temos que ter mulheres na política. Temos que ter a convicção de que a mulher do rádio antigo à hashtag só precisa ter voz”.

Divergência saudável

Ao apresentar um quadro comparativo referente ao aumento da bancada feminina dentro do PSDB, a cientista política da FGV-SP Lara Mesquita incentivou um debate saudável entre as tucanas presentes. Ela atribuiu o aumento da bancada feminina no Congresso à redução da bancada masculina.

A declaração foi fortemente rebatida pelas tucanas, que mencionaram o esforço do PSDB-Mulher em organizar e administrar as campanhas femininas por meio de uma Comissão Eleitoral criada especificamente as candidatas tucanas. “A análise dos números não pode ser feita sem levar em consideração o contexto da época. Diante do cenário político brasileiro, tivemos um resultado excelente”, interveio Yeda Crusius.

Instituto Alziras

O primeiro dia do seminário chegou ao fim com a palestra da diretora do Instituto Alziras, Clara de Sá.  A instituição é uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de contribuir para o aumento da representação feminina na política por meio do fortalecimento de mandatos e de candidaturas de mulheres no Brasil.

Durante a palestra, a especialista mostrou dados sobre a representatividade feminina e reafirmou a importância do investimento em pesquisas para que o cenário das mulheres na política seja traçado de maneira realista. “Só conhecendo a realidade poderemos tomar providências para mudar esse quadro negativo”, concluiu.