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Denúncias na internet de violência contra a mulher crescem 1.640% em 2018

A violência contra a mulher alcançou recorde em 2018  – saltou de 961 denúncias em 2017 para 16.717 no ano passado, crescimento de 1.639,54%. A informação  faz parte do balanço anual da ONG SaferNet, que atua na defesa dos direitos humanos na rede.

Segundo reportagem da Revista Isto É, todos os tipos de crimes monitorados pela insituição tiveram aumento, no entanto, denúncias de violência contra a mulher e misoginia lideram o ranking. No geral, o número de denúncias de crimes online cresceu quase 110%, de 63.697 casos para 133,7 mil.

Todas as denúncias foram feitas anonimamente junto à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, projeto mantido pela SaferNet em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). Após recebidas, as denúncias são encaminhadas às autoridades que determinam ou não a abertura de investigação.

A pornografia infantil é a categoria que lidera a lista em números absolutos, com mais de 60 mil denúncias. O crescimento foi de quase 80% ao ano passado. Os outros tipos de crimes com aumento de denúncias foram apologia e incitação a crimes contra a vida (27.716 e variação de 154,46%), racismo (8.337 e variação de 37,71%), LGBTfobia (4.244 e variação de 59,13%) e neonazismo (4.244 e variação de 51,70%).

Estupro virtual aumenta

Ainda de acordo com a reportagem da Isto É, a Central de Ajuda da SaferNet, canal que permite vítimas de crimes virtuais a buscar auxílio, também registrou aumento de casos. Em 2018, 2.867 casos foram atendidos, crescimento de 72% em relação ao ano anterior. A principal categoria é a relacionada a vazamento de nudes e sextorção, quando o agressor usa imagens íntimas para chantagear a vítima. Foram 669 casos atendidos, crescimento de quase 132% – em 35% desses casos houve relatos de sextorção.

As mulheres são as principais vítimas de vazamento de nudes: 66%, ou 440 casos. A faixa etária que menos procurou ajuda é a de menores de 17 anos com apenas 123 casos. Pessoas acima de 25 anos foram maioria, com 53% dos casos.

Sextorsão já é enquadrada por autoridades como “estupro virtual”, baseado no artigo 213 do Código Penal, que define estupro como o ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, com pena de reclusão de seis a dez anos.

Em 10 anos, o número de pessoas que procurou ajuda em casos de vazamentos de imagens aumentou 2.300% – em 2008, foram apenas 29 casos atendidos.

*Com informações da Isto É