Mesmo as mulheres sendo a maioria dos alunos do ensino superior brasileiro e estando a cada dia mais presentes no mercado de trabalho, nas três profissões que mais formam e melhor pagam no país, como Direito, Medicina e Engenharia, elas ganham menos que os homens.
As informações são de levantamento feito pela consultoria iDados que cruzou resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e do Censo da Educação Superior.
De acordo com o levantamento, no Direito, a desigualdade entre homens e mulheres está aumentando. Elas são a maioria dos formandos, cerca de 57%, em contrapartida os homens recebem 23% a mais do que elas. Em 2007, esse percentual era de 10%, mais que dobrou nos últimos dez anos.
Já na Engenharia e na Medicina a desigualdade diminuiu na última década. Os engenheiros civis recebiam 21% a mais que as engenheiras. Esse número reduziu para 15% em 2017. Na Medicina a diferença é menor. Os homens recebiam cerca de 8% a mais que as mulheres, diferença que recuou para 5%. Vale ressaltar que no mesmo período a quantidade de mulheres formadas cresceu, enquanto a de homens diminuiu.
“Ao contrário do Direito, Medicina e Engenharia Civil têm regulações mais bem definidas em relação ao piso salarial. Além disso, há uma hierarquização maior no Direito. Você pode ser desde um advogado até ministro do Supremo, o que provoca um abismo entre os salários porque as mulheres são minoria nos cargos mais altos”, ressaltou a pesquisadora do iDados, Thais Barcellos.
Apesar dos números serem melhores na Engenharia e na Medicina, quanto maior a progressão na carreira, menos as mulheres recebem. Na Medicina, por exemplo, há mais mulheres trabalhando em especialidades que pagam menos, como as cognitivas, enquanto há mais homens no ramo cirúrgico, que paga mais.
*Com informações do jornal O GLOBO