Os cenários de seca extrema cresceram no Nordeste do Brasil, especialmente em Alagoas. No sertão do estado, falta de tudo, inclusive água para as atividades mais básicas do dia a dia. Com isso, os sertanejos têm adotado medidas extremas para enfrentar uma das piores secas da história: a plantação é regada com a água reaproveitada da lavagem das roupas e os animais estão bebendo a água salgada que restou nos açudes da região.
De acordo com o portal G1 desta quinta-feira (25), já são 38 municípios alagoanos em situação de emergência por causa da seca. Na zona rural de Jaramataia, água potável só por meio da Operação Carro-Pipa, do Exército, que passa duas vezes por mês no Povoado Tião, onde as famílias dividem uma cisterna comunitária.
No povoado, o consumo é de 14 litros de água por pessoa, quantidade abaixo do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 20 litros por pessoa.
Recém-eleita para a Câmara Federal, a vereadora Tereza Nelma (PSDB-AL) afirmou que a situação de seca extrema que atinge o estado é reflexo da má gestão dos últimos governantes, que nunca priorizaram a questão da escassez de água.
“Como eu sei que todo ano vai ter seca e não faço nada para resolver essa situação? É uma tragédia já anunciada. O sertão é seco, semiárido. Nós precisamos ter uma atitude mais resolutiva. Ajuda muito a questão das cisternas, nós temos que continuar com esses programas, mas precisamos fazer mais”, explicou.
Segundo a reportagem, a falta de água gerou prejuízos para agricultores de todas as regiões. De janeiro a setembro, as perdas na plantação chegam a 70% em todo o estado, de acordo com uma estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), que ainda não tem um cálculo fechado dos prejuízos financeiros.
Alagoas está no segundo decreto de emergência neste ano por causa da seca. A situação faz o Ministério da Integração Nacional investir cerca de R$ 2,3 milhões por mês no abastecimento de água potável nas zonas rurais, mas a ajuda é insuficiente.
Combate
A tucana destacou que, em seu mandato como deputada federal, pretende atuar fortemente no combate à seca que atinge o Nordeste, promovendo desenvolvimento e melhores condições de vida para a população do sertão alagoano.
“Estou com muita esperança agora como deputada federal que, junto com a nossa bancada, a gente consiga encontrar caminhos para melhorar a vida do povo alagoano e, principalmente, do sertanejo. Eles sofrem muito. Pretendo atuar muito nessa questão porque é terrível a quantidade de famílias que passam necessidade por causa da seca. Água é o alimento mais importante que temos”, afirmou.
Ainda de acordo com a reportagem, a Defesa Civil disse que solicitou ao governo federal R$ 11 milhões para contratar pipeiros que auxiliem no abastecimento do Agreste e do Sertão. Deste valor, R$ 5 milhões já estão disponíveis. Além disso, o governo do estado também vai investir R$ 3 milhões no consumo humano de água. As ações devem ter início em até 30 dias.
Reportagem Clarissa Lemgruber