Matéria do jornal Folha de S. Paulo mostrou relatos de candidatas americanas que sofreram assédios e ameaças durante suas candidaturas.
Uma delas, Erin Schrode contou que sofreu ameaças de estupro coletivo dias antes das eleições primárias para o Congresso dos EUA, em 2016. Ela recebeu milhares de mensagens ao acordar. Entre elas, algumas que diziam: “Todos vão gargalhar enquanto a curram e então esmagam seu cérebro comedor de bagels. Seria divertido vê-la ser comida por uns 20 e tantos durante oito a dez horas”. As ameaças a Schrode nunca pararam, mesmo depois de já terem passados dois anos que ela perdeu a primária democrata.
De acordo com o Centro de Mulheres e Política Americanas da Universidade Rutgers, o ciclo eleitoral deste ano no Estados Unidos tem número recorde de candidatas a senadoras, deputadas federais e governadoras. Elas se deparam com assédio e ameaças, que já existem na vida de muitas mulheres, ampliadas em disputas políticas.
A democrata Kim Weaver desistiu da sua candidatura, após receber ameaças e assédio sexista e antissemita. O site neonazista “The Daily Storner” publicou um artigo, que já está fora do ar, intitulado “Conheça a prostituta que está concorrendo com Steve King”. “Normalmente sou corajosa, mas, quando você sente como se estivesse num aquário e não sabe quem está jogando pedras, é desconcertante”, relatou Weaver.
Entre os relatos apresentados pela Folha, também havia o da candidata republicana a deputada estadual, Morgan Zegers, de 21 anos. Ela declarou que foi xingada de “republicana bonitinha e submissa”, e por várias vezes teve que apagar comentários vulgares de sua conta no Facebook.
Em um primeiro momento, candidatas entrevistadas disseram que não haviam sido assediadas, mas quando questionadas se haviam recebido mensagens ameaçadoras, respondiam que sim. Mya Whitaker democrata candidata a vereadora de Oakland relatou. “Em alguns casos, o simples fato de eu ser mulher, negra e existir já é o bastante para enfurecer as pessoas”.
*Com informações da Folha de São Paulo