Opinião

“Não morreu ninguém”: ministro ridiculariza casos de machismo na Copa

A declaração descabida e infame do ministro do turismo do Brasil, Vinicius Lummertz, sobre o caso de assédio e machismo de grupos de brasileiros na Copa do Mundo é revoltante. Para o ministro, o Brasil anda intolerante com as falhas humanas e afirmou ainda que o caso não foi tão grave, já que não “morreu ninguém”.

Em primeiro lugar, ministro, é preciso morrer alguém para que as pessoas se revoltem contra os casos de misoginia e desrespeito às mulheres? Assédio nem sempre leva a morte física. A morte pode ser em vida. Mulheres sofrem abusos de todas as formas: físico, emocional e torturas psicológicas diariamente.

Se o senhor acredita que vivemos uma era de intolerância com as falhas humanas, saiba que nós mulheres vivemos, ou melhor, sobrevivemos há milhares de anos sob os signos da violência e da subcultura machista. É justamente pelo aumento dos casos de feminicídio que todos brasileiros estamos preocupados com índice de assassinatos que acontecem no Brasil.

Saiba ministro, doze mulheres são assassinadas todos os dias, em média, no Brasil. São 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 feminicídios, ou seja, casos de homens assassinos que dizem amar e matam mulheres. São crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Dá próxima vez, pense antes de falar absurdos como esses. Nós, mulheres, estamos constrangidas, envergonhadas e indignadas com tal declaração.