O racismo dentro de instituições e empresas atinge colaboradores e clientes. Um levantamento promovido pela Santo Caos, com 1.798 pessoas, revelou que três em cada quatro funcionários da área de Recursos Humanos indicou não haver demanda para a contratação de pessoas negras em cargos de alto escalão.
Para a Presidente Estadual do Tucanafro de Alagoas, Tereza Olegário (PSDB-AL), antes de tudo, é preciso que se criem políticas públicas que quebrem a resistência existente sob a causa. “É preciso em primeiro lugar que o negro se reconheça negro, só dessa forma ele vai atuar ativamente na nossa luta por mais direitos, espaços”, disse Tereza.
Tereza pontuou que é preciso conscientizar a população sobre as consequências da descriminação racial. “As pessoas precisam ter consciência das consequências dos seus atos, elas não se dão conta das atitudes racistas que tem. Cabe a nós mostrar que temos uma lei que nos protege, temos nossos direitos, e as ações tem punições”, destacou.
Do grupo de entrevistados, 90% ainda confessou que o processo para a ascensão de pessoas negras é mais complicado, mesmo que o acesso à cursos à níveis superiores de educação tenham aumentado. A tucana indicou que o racismo institucional repreende o reconhecimento do negro no seu campo de atuação.
“As empresas não estão prontas para receber um negro, elas ainda descriminam muito. Para o negro se destacar, ele precisa se empenhar duas, três vezes mais. É um racismo enraizado”, pontuou Tereza, ressaltando que as empresas precisam investir em capacitações dos funcionários incluindo o Estatuto da Igualdade Racial, a fim de disseminar o respeito.
Um censo realizado pelo Instituto Ethos indica que a maioria dos negros ainda ocupa cargos baixos, sendo 57% aprendizes e 28,8% estagiários. Em relação aos níveis de gerência e quadro executivo, são minoria, ocupando 6,3% e 4,7% dos espaços, respectivamente.