Opinião

“Um sabor amargo e indigesto”, por Adriana Vilela Toledo

O Mês da Mulher chega ao fim com um sabor amargo e indigesto – mês das mulheres que tanto sonham e batalham. Assassinaram Marielle Franco, mulher, vereadora, militante das causas dos excluídos! Não mataram “a Marielle”, mas tentaram calar a voz de cada uma de nós que luta diariamente por um Brasil melhor, que respeite os direitos humanos e permita que sonhos virem realidade.

A catarse da violência contra a mulher avança ardilosamente. Pouco antes de Marielle, em Viçosa a 86 quilômetros de Maceió, a professora Cenira Angélica Ventura da Silva foi morta a facadas, supostamente pelo companheiro Ricardo dos Santos, que está foragido. São dois casos cruéis do retrato do Brasil que teima em resistir contra a  participação igualitária da mulher na sociedade.

Uma morta porque era política e ativista. A outra morta porque o companheiro, com quem algum momento compartilhou o amor, a cumplicidade e os sonhos, assim determinou que era chegada  a hora. Estamos todas indignadas!

No fim de semana, fizemos uma manifestação pela Parada Segura, campanha da amiga e companheira de lutas, a vereadora Tereza Nelma (PSDB-AL). Na verdade, o movimento foi outro: nós, mulheres, não podemos nem vamos permitir que a pressão de alguns e a ira de tantos tentem nos calar.

Repito: o sabor amargo e indigesto, deste mês de março, tão caro a todas nós tem de ser superado e substituído pelo doce gosto do desejo de um mundo melhor, igualitário e justo, que Marielles e Ceniras tanto sonhavam e também batalhavam.

É preciso reagir e defender, em todos os atos, e principalmente no próximo 7 de outubro o que queremos e o pretendemos realizar para um Brasil que dê certo e puna aqueles que “fazem o que julgam ser justiça com as próprias mãos”, como os assassinos de Marielle, Cenira e tantas outras.

*Adriana Vilela Toledo é presidente do PSDB-Mulher de Alagoas, graduada em Pedagogia e especialista em Administração Pública e Pedagogia Empresarial.