Sempre que volto de uma viagem ao exterior, sinto um misto de dor e indignação, principalmente após visitar países, que teoricamente são mais pobres e frágeis do que o Brasil. Agora não foi diferente. Passei por Portugal e pelo Marrocos. Em ambos os países, apesar de suas diferenças culturais, percebi um profundo respeito ao ser humano e suas necessidades básicas.
Em Portugal, por exemplo, é possível fazer uma ótima refeição com um excelente vinho a um preço razoável. A explicação? O governo federal português desonera os tributos cobrados sobre os alimentos, incluindo o vinho de produção nacional, porque assim, acredita será possível atrair o turismo e dar qualidade de vida à população como um todo.
No Marrocos, conheci as principais cidades por terra, algo quase impraticável no Brasil. As rodovias marroquinas parecem tapetes…São bonitas, limpas, sem alterações e tranqüilas. Excelentes é o que posso dizer.
Observando só isso, eu me faço uma pergunta recorrente: ‘Por que o Brasil não é assim?’. Eu imagino que faltem mulheres para dar a devida contribuição para as políticas públicas brasileiras. Somos, nós, mulheres, que pensamos e concretizamos projetos de desenvolvimento sustentável de acordo com as necessidades da sociedade.
As mulheres não fazem de conta! Elas simplesmente fazem. Impossível imaginar um Brasil melhor que não se repense os três pilares: Educação, Saúde e Segurança. Sempre com letras garrafais porque só se pode pensar em povo educado, se tiver saúde e de nada adianta colocar policiais nas ruas, sem dar a devida atenção às necessidades básicas dos cidadãos.
Assim convido a todas à reflexão: faltam sete meses para as eleições. A hora é agora de deixarmos de lado sentimentos menores e picuinhas para trabalharmos por um Brasil melhor, digno do nosso orgulho e do nosso tamanho. Trabalhar, como nós, mulheres, fazemos todos os dias só que desta vez, na política e por projetos públicos comuns e de interesse de todas e todos.
*Solange Jurema é presidente de honra do PSDB Mulher Nacional e ex-ministra do governo Fernando Henrique Cardoso