Um levantamento realizado pelo jornal O GLOBO, baseado na lista de dirigentes federais disponível no Portal da Transparência, mostrou que apenas quatro dos 79 presidentes de órgãos estatais são mulheres. A pesquisa revelou ainda que dos 425 cargos, 36 são ocupados por mulheres, o que representa apenas 8,4% do total.
A análise considera que há dirigentes que acumulam posições em diferentes empresas da administração pública. Se considerados apenas os postos de presidente, a fatia cai para 5%.
De acordo com a reportagem, a disparidade de gênero nos cargos de decisão não é exclusiva da administração pública, pois esse cenário se repete no setor privado. O Panorama Mulher 2017, pesquisa do Insper com a consultoria Talenses, mostrou que apenas 8% das empresas privadas são presididas por mulheres.
A pesquisa considerou 339 empresas e indica um possível motivo que impede a ascensão feminina dentro das empresas. Segundo Regina Madalozzo, uma das coordenadoras do estudo feito pela Insper, para chegar ao cargo de presidência, também há um jogo político que não favorece as mulheres.
Regina lembrou ainda que o processo de escolha geralmente passa pelos conselhos de administração, que costumam ser compostos majoritariamente por homens. Na administração pública, os cargos são objeto de indicações dos partidos políticos, também comandados por homens.
Segundo Regina Madalozzo, pesquisas indicam que indivíduos têm um viés inconsciente que favorece os candidatos mais parecidos com eles. Segundo a coordenadora do Insper, o viés inconsciente foi constatado até em pessoas que acreditam que mulheres são capazes de exercer as mesmas funções