A deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) defende que as novas regras trabalhistas, que entrarão em vigor a partir de novembro, vão reduzir as diferenças salariais entre trabalhadores, que chegam a ser de até 33,5% entre empregados sindicalizados e não sindicalizados.
“Não é por serem sindicalizados que ganham mais. Os sindicalizados recebem mais porque estão em setores mais organizados da economia, são aqueles que, por pertencerem a esses setores e terem carteira de trabalho assinada por profissão, são mais preparados que os não-sindicalizados”, afirmou a parlamentar.
De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado no Valor Econômico, além da diferença nos salários, os sindicalizados possuem mais benefícios: quase 64% dos trabalhadores com vínculos aos sindicatos têm acesso ao auxílio-alimentação contra 49% dos não sindicalizados.
“Existe um fosso entre os trabalhadores. E foi feita a reforma trabalhista exatamente para reduzir esse fosso”, ressaltou a deputada.
Para a tucana, a regulamentação do trabalho intermitente e do teletrabalho, que integram a reforma trabalhista, também contribuirão para que as diferenças salariais diminuam, já que essas categorias de trabalhadores passarão a ter direitos que antes não lhes eram garantidos.
“Eu creio que aos poucos, na medida em que os 14 milhões de desempregados voltem ao trabalho, sob as novas regras que abrangem novas formas de trabalho – como o trabalho em casa ou o intermitente – eles tenham direitos constitucionais como antes não tinham”, disse Yeda Crusius.
Segundo a parlamentar, a existência dos sindicatos é importante, mas observa que a contribuição compulsória não garantia a atuação séria dessas entidades. A tucana acredita que, diante da nova realidade, os sindicatos precisarão lutar pelos direitos dos contribuintes para que recebam os impostos de forma voluntária.