Em dois anos de recessão econômica produzida durante os governos do PT, as vendas nas empresas brasileiras caíram mais de 10%, segundo dados compilados pelo Valor Data. O levantamento, feito com base nos balanços de 2016 de 253 grandes empresas brasileiras não financeiras, mostrou um crescimento de faturamento de apenas 0,4%, naquele ano, que foi anulado pela inflação acumulada na época. Com o IPCA em 6,29% no ano passado, o resultado acabou sendo de queda real nas vendas em 5,5%, o mesmo de 2015 – como mostra reportagem publicada nesta quarta-feira (5) pelo Valor Econômico.
A economista e deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) entende que o fraco cenário econômico do período – que somou a alta inflacionária e a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em um pouco mais de 7% em dois anos – atingiu em cheio não só essas empresas, como também companhias menores, impactando outros setores.
“Veja que essa pesquisa é para as 250 maiores empresas do país, mas, no período de 2015 e 2016, houve um fechamento de empresas, das médias para as pequenas, absolutamente impressionante. Isso gerou também um volume de pessoas sem empresa, sem emprego, o que também foi a grande tragédia de 2015 e 2016.”
Apesar da queda no faturamento, as empresas analisadas tiveram alguns sinais de alívio nos balanços finais. Em 2016, elas reverteram o prejuízo de mais de R$ 67 bilhões acumulado em 2015, e obtiveram um lucro de R$ 43 bilhões. Os ganhos são consequência de um bom resultado operacional, ou seja, o cálculo de vendas menos custos e despesas, além da melhora nos desempenhos da Petrobras, Eletrobras e Vale. Esse retrato se consolidou principalmente no último trimestre de 2016, acima das expectativas de analistas.
Para Yeda, isso demonstra que a recuperação passa, obrigatoriamente, por uma mudança profunda na conjuntura política e econômica do país, iniciada no ano passado.
“Em 2016, as grandes empresas que estavam deficitárias, Petrobras, Vale e Eletrobras, já estavam em processo de reestruturação, quando já era governo de Michel Temer. Naquele ano, houve esse ajuste, face ao grande desastre da recessão com inflação em 2015. Elas pararam de se endividar, pararam de tomar dinheiro emprestado.”
Com os ajustes observados em meio à recessão, analistas esperam quem em 2017 as empresas tragam balanços melhores.
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