O grande desafio da primeira prefeita eleita em Pelotas, a tucana Paula Mascarenhas (PSDB), será solucionar o problema do saneamento do município. O seu objetivo é ampliar o alcance do tratamento de esgoto, que hoje chega a apenas 20% do total de 60% coletado. Como solução para o déficit do saneamento básico em Pelotas, Paula Mascarenhas estuda implementar o sistema de Parcerias Público-Privadas (PPPs) que pode viabilizar investimentos de R$ 400 milhões para a universalização do esgoto na cidade.
O presidente da Sanep (Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas), Alexandre Garcia, explicou que a gestão anterior, do também tucano Eduardo Leite, abriu um chamado público para viabilizar a universalização do saneamento. Segundo ele, a empresa vencedora apresentou o estudo e agora um termo de referência está sendo feito para verificar se a análise reflete a realidade do município.
Para Garcia, a PPP é necessária e será muito útil para a melhorar a qualidade de vida do cidadão pelotense.
“A PPP é viável se tu considerar que a Sanep, empresa que eu sou presidente, vinha fazendo dois quilômetros de esgoto por ano. No ano passado, foram feitos três. Neste eu pretendo fazer mais de cinco. Neste ritmo, nós demoraríamos 100 anos para concluir, se a cidade não crescesse. Então a universalização, hoje, sem haver linha de financiamento, sem haver investimento de grande monta, só é possível num curto espaço de tempo com a parceria”, explicou.
Segundo o presidente da Sanep, que algumas adequações legislativas no município serão necessárias antes da concretização da PPP. A parceria com a iniciativa privada precisa ser aprovada pela Câmara Municipal. Garcia também ressaltou que a parceria será apenas para o tratamento de esgoto.
“A Sanep presta serviço de água, macrodrenagem, coleta de resíduos sólidos domiciliares e esgoto. Estamos buscando a parceria apenas para a melhoria da coleta e do tratamento do esgoto. A nossa contrapartida seria a remuneração do esgoto que é algo em torno de 30 a 40% da nossa arrecadação hoje. Por isso que é preciso fazer o estudo pra ver o que é viável de ser feito”, disse.
Alexandre afirmou que Pelotas tem um histórico de distribuir água encanada para os moradores desde 1890 e que o objetivo da prefeita não é acabar com a Sanep, e sim realizar um trabalho conjunto para a melhoria da qualidade de vida do cidadão pelotense.