Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador cassado Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff, serão interrogados pela força-tarefa da Operação Lava Jato, em fevereiro do ano que vem, na ação penal que investiga a tentativa de obstrução de Justiça no caso do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Os petistas ofereceram dinheiro e uma série de vantagens em troca do silêncio de Cerveró, que negociava acordo de delação premiada.
A 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, acusa Lula, Delcídio, o assessor Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício Bumlai, de embaraço à investigação e organização criminosa, exploração de prestígio e patrocínio infiel – quando um advogado não defende apropriadamente os interesses de seu cliente. As informações são de reportagem desta terça-feira (29) do jornal Correio Braziliense.
Nesta segunda, em audiência de testemunhas de acusação e defesa, o filho do ex-diretor da Petrobras, Bernardo Cerveró, reiterou que sofreu pressões por parte de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro para que seu pai não fechasse um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, preservando os réus da ação. Segundo Bernardo, o advogado lhe entregou R$ 50 mil, em nome de Delcídio, sob o pretexto de ajuda à família de Cerveró.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT) também será ouvido, antes dos acusados, no próximo dia 15. O petista foi arrolado como testemunha de defesa do ex-presidente Lula.