O atraso na realização do referendo constitucional que pode revogar o mandato do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, levou o parlamento do país vizinho a aprovar neste domingo (23), em sessão extraordinária, um acordo no qual expressa “a ruptura da ordem constitucional” cometida “pelo regime de Nicolas Maduro e pelos poderes Judicial e Eleitoral”. As informações são de reportagem publicada nesta segunda pelo portal G1. Os parlamentares também vão formalizar uma denúncia no Tribunal Penal Internacional contra autoridades do Conselho Nacional Eleitoral, apontadas como responsáveis pela suspensão do processo.
A oposição classifica como “golpe de Estado” a decisão do país suspender o processo de coleta 1% das assinaturas do colégio eleitoral venezuelano, uma das etapas de solicitação do referendo revogatório. O interesse do governo é arrastar o processo até janeiro de 2017, período em que o vice-presidente assumiria as funções de Maduro caso o mandatário tenha o cargo revogado. Os parlamentares também exigem que as Forças Armadas da Venezuela não obedeçam ou executem atos ou decisões contrárias aos princípios constitucionais. Fizeram ainda apelo à população, para que façam uma defesa ativa da “Carta Magna”.
O presidente Maduro é tradicional aliado dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, com os quais mantém estreita relação. O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), lamenta que a história do país tenha sido atravessada por líderes sem interesse na manutenção da democracia.
“Não só Hugo Chávez, mas também Nicolas Maduro, são presidentes que, do ponto de vista da sua ideologia bolivariana, não querem nada mais do que assumir uma postura autoritária no governo que comandam.”
Macris concorda com a oposição venezuelana, que denuncia “a existência de um golpe de Estado” no país. O deputado evidencia que a situação na Venezuela causa grandes problemas à população, e acredita que o Brasil se encaminhava para uma configuração semelhante quando governado pelo PT, aliado de Chávez e Maduro.