A situação salarial do professor brasileiro em comparação com os mesmos profissionais em países desenvolvidos é muito aquém do ideal. Segundo pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, o docente ganha em média, no Brasil, 39% a menos do que as nações que integram a organização internacional pagam para seus educadores. De acordo com a pesquisa, o salário inicial mínimo que um professor brasileiro recebe nos primeiros anos de profissão seria o equivalente a US$ 12,2 mil por ano, considerando o piso salarial nacional de 2014. Já em outros países da OCDE, essa média é US$ 31 mil. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) lamenta que, na “pátria educadora” de Dilma Rousseff, o governo tenha desprestigiado tanto os professores.
“Lamentavelmente os educadores não foram prestigiados, valorizados, não tiveram reconhecimento e nem o apoio necessário para que nós pudéssemos ter o melhor ambiente, buscar a melhor condição de educação e ensino. O governo do PT falhou nesse quesito, que é essencial para buscarmos os melhores resultados”, disse o tucano.
A análise revela que no Brasil, há mais alunos para cada professor nas salas de aula se comparada com os demais países examinados na pesquisa. Nos anos iniciais do ensino fundamental, por exemplo, a média brasileira é de 21 alunos por professor, enquanto nos países da OCDE existem quase 15 alunos por docente. É também no Brasil onde há o maior percentual de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 74%. Para Vitor Lippi, os resultados seriam diferentes se os governos anteriores tivessem investido mais nesses aspectos da educação.
“Sem sombra de dúvida, o reconhecimento, o acompanhamento dos resultados e a melhoria salarial seriam também pontos importantes para que nós pudéssemos conseguir um Brasil que fundamentalmente está apoiado nas instituições de ensino”, destacou
A realidade brasileira quanto ao ensino superior, também mencionada pela pesquisa, também está abaixo da média na proporção de pessoas com diploma. Na faixa etária entre 25 e 34 anos, 16% da população tem ensino superior completo, o que aproxima o Brasil da realidade de países como África do Sul e Indonésia.