Brasília (DF) – De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada, já dizia o Barão de Itararé. A presidente afastada Dilma Rousseff parece rezar pela mesma cartilha, já que depois de um dia inteiro não há muito o que se possa extrair da primeira fase de sua ida ao plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (29), para se defender no processo de impeachment que deve terminar amanhã, com o início da votação, pelos senadores.
Arrogante, aparentemente desconectada da realidade e, não havendo a possibilidade de tréplica para os senadores que a inquiriam, extremamente despreocupada com a exatidão dos fatos e com a ligação entre pergunta feita e resposta dada, Dilma Rousseff foi mais Dilma do que nunca.
Confusa, chamou o presidente do Supremo Tribunal Federal de “senador” Lewandowski; ignorou perguntas dos senadores Ricardo Ferraço, Aécio Neves e Cássio Cunha Lima, respondeu o que quis e faltou com a verdade em inúmeras ocasiões.
Um comportamento bastante parecido com o que usou na campanha de 2014. A repercussão nas redes foi negativa, principalmente quanto à falta de sinceridade nas respostas, opinião compartilhada por Solange Bentes Jurema (AL), presidente nacional do PSDB Mulher.
“Acho que a presidente afastada cumpriu seu dever, comparecendo ao Senado Federal para se defender. Lamento apenas que tenha perdido a oportunidade, uma vez que se recusou a responder de maneira sincera e objetiva aos questionamentos que ouviu. Dilma Rousseff ainda deve desculpas aos brasileiros”, disse Solange.
Para a vice-presidente do segmento, Thelma de Oliveira, candidata a prefeita de Chapada dos Guimarães (MT), “Ao se recusar a assumir a responsabilidade pelos erros cometidos durante sua administração, Dilma sai do poder e da História pela porta dos fundos, menor do que entrou. Uma líder política precisa ter a humildade de reconhecer seus erros e falar a verdade a seus eleitores”.