A Polícia Federal (PF) cruzou informações e concluiu que as mensagens interceptadas no telefone de um dos executivos investigados pela Operação Lava Jato possivelmente são do ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR). A agenda de compromissos de Bernardo, no ano de 2014, foi peça chave para a confirmação das suspeitas.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo aponta três “coincidências” cruzando informações do celular do executivo Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, e a agenda da ex-ministro. Em todas, os destinos informados nas mensagens se igualam aos compromissos registrados na agenda de Paulo Bernardo.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma foi preso em junho na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato, que investiga desvios do Ministério do Planejamento. Bernardo é suspeito de ter se beneficiado de propina de contratos do Ministério do Planejamento que perduraram de 2010 a 2015.
O deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR) considera a nova descoberta como forte evidência do envolvimento do petista nos casos de corrupção investigados no âmbito a Lava Jato. “A situação de Paulo Bernardo fica cada vez mais difícil, pois esse cruzamento de informações feito pela PF comprova duas coisas: a primeira é a sua ligação com Otávio Azevedo. A segunda, que é um mentiroso”, disse
Na opinião do deputado, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann são “peças-chave” dentro da sigla. “No PT, nada é por acaso. Por isso, o PT aciona todos os seus tentáculos para protegê-los. De qualquer forma, a verdade virá. A realidade sempre se impõe, mesmo diante de uma organização criminosa e poderosa como essa montada pelo Partido dos Trabalhadores”, afirmou.
A Operação Lava Jato investiga suposto lobby da Andrade Gutierrez na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no período em que Bernardo era ministro das Comunicações.