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“Em direção ao século XXI”, por Lurdinha Henriques

Lurdinha Henriques
Lurdinha Henriques

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Muito se discute sobre o uso da tecnologia na educação. Mas, em grande parte das ações nessa área, trata-se a tecnologia como equipamento, sem que se desdobre nas suas infinitas possibilidades de fazer o encontro entre o hoje e o futuro.

O currículo da escola ainda é rígido, com divisão inflexível de disciplinas e a transdisciplinaridade, mais adequada ao mundo de hoje e ao futuro, com sua crescente complexidade, não se realiza.

Essa dificuldade é que tem isolado a tecnologia como um fim em si mesmo, inútil, portanto, como meio de aprendizagem. E, o que é pior, na realidade do Rio de Janeiro, por exemplo, nem como fim funciona, porque os administradores públicos se preocupam mais com aquisições que com as funcionalidades. Mal comparando, é a obra sem projeto, a alteração no funcionamento da cidade sem discutir qual o projeto de cidade é o mais adequado para as pessoas. As políticas públicas têm padecido de falta de projeção para o futuro. Trata-se o imediato, que, num conceito temporal, já é passado. Isto aplicado à educação é mortal para as novas gerações. Os que dizem investir nas camadas populares, ao tratarem de forma conservadora a educação, estão impedindo-as de ascenderem socialmente, porque, desprotegidas socialmente, precisam da educação escolar como um sistema compensatório de sua realidade. Sem isso, faz-se um círculo vicioso que, se repensado, poderia transformar-se num círculo virtuoso.

Voltemos à questão da transdisciplinaridade. Acho que, infelizmente, a grande maioria dos agentes públicos não tem clareza do que isso significa, não importa qual seja sua área de atuação. Cada espaço a ser ocupado na cidade precisa ser pensado também transdisciplinarmente, porque os seres humanos são múltiplos.

Não somos um somatório de caixinhas fechadas. Mas seres repletos de conceitos, sentimentos que se misturam e se contradizem. Assim caminha a humanidade e assim devem caminhar as políticas públicas.

Vamos conversar sobre a reviravolta necessária na educação carioca.

*Lurdinha Henriques é dirigente do PSDB Carioca