Opinião

“Meu supermercado, minha inflação”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-300x199A cada semana que as donas de casa entram no supermercado se deparam com um outro Brasil, que não é  aquele que o PT e a presidente Dilma Rousseff mostram na propaganda paga nas emissoras de rádio e televisão. É uma realidade vivenciada diariamente pelas mulheres que enfrentam as prateleiras dos gêneros alimentícios, seja em quitandas ou supermercados.

E não se trata apenas de uma “sensação”,  de um sentimento oposicionista que tomaria conta dos corações e mentes das mulheres brasileiras ou, nem mesmo, de rabugice de um velho sentado à beira do mar, como citado pela presidente da República.

Trata-se, sim, de uma realidade inquestionável que atinge diretamente os bolsos e as bolsas das mulheres que se desdobram para fazer mais com menos. Nos últimos 12 meses a inflação dos alimentos é da ordem de 12%, enquanto o crescimento dos preços em geral é de 6,5%.

Pesquisa realizada pelo comércio aponta que as vendas de hiper e supermercados caíram 5,5% no período abril 2012/abril 2013, o que revela a perda de poder aquisitivo da população, especialmente as famílias de menor renda, que gastam mais com a compra de alimentos e gêneros essenciais.

Essa realidade, Presidente, e não o “Velho do Restelo”,  explica a insatisfação das mulheres brasileiras com sua gestão – ou melhor a falta de gestão – na mais recente pesquisa da Datafolha, que em sua análise diagnosticou: “O que chama mais a atenção na pesquisa é que, dos oito pontos de popularidade que a presidente perdeu, a maior parte é proveniente de conjuntos menos escolarizados e de menor renda, especialmente do Sudeste e Sul. E o mais importante – as mulheres, muito mais do que os homens, deixaram de apoiar Dilma. E quando se focaliza o subconjunto de mulheres de renda mais baixa, essa tendência se potencializa”.

Talvez por isso, ao lançar o seu novo programa populista “Minha Casa Melhor” a presidente petista tenha se dirigido especialmente às mulheres do Brasil, tentando cortejá-las com a promessa de financiamento subsidiado para a aquisição de eletrodomésticos. Não adianta, presidente Dilma.

Há, sim, um descontrole da inflação, o pibinho é de 0,6%, o dólar sobe, a empregabilidade está crescendo em um ritmo menor e a credibilidade internacional do governo federal petista despenca nas agências de risco no exterior.

Não se pode, portanto, responsabilizar o “Velho do Restelo” pelas agruras do seu governo ou estigmatizar, mais uma vez, a oposição por suas observações críticas que, infelizmente, se tornaram realidade. Há muito apontamos que a política econômica está equivocada, que a inflação é o mais perverso dos impostos para os pobres e que é preciso ter rumo, um rumo certo como fizeram os navegantes portugueses como Vasco da Gama.

Quem está “azarando” seu governo é a sua própria equipe política e econômica, responsáveis por deixar o país no quadro em que se encontra. Como bem disse nosso presidente, Aécio Neves, criticar a oposição não resolve o problema de inflação. E nem acusá-la de “leviana” justifica a falta de uma consistente política econômica.

Leviandade é a tentativa permanente de querer enganar o povo com programas demagógicos, aproveitando-se  de sua carência. O “Velho do Restelo,” e suas características pessimistas impregnam as brasileiras porque elas – ao irem aos supermercados – conhecem a real situação da economia brasileira e o fracasso de sua gestão.

*Vice-presidente do PSDB Mulher