A notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (MA), havia anulado a tramitação do impeachment na Casa na manhã desta segunda-feira (09), após uma reunião com o Advogado Geral da União e o governador do Maranhão, Flávio Dino, foi recebida com incredulidade pelas integrantes da Executiva Nacional do PSDB Mulher.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em seu despacho que será publicado na edição do Diário da Câmara desta terça (10), o deputado derruba as sessões do plenário que trataram do processo na Casa entre os dias 15 e 17 de abril e determina que o processo, que está no Senado, volte à Câmara. Maranhão determina que a Casa terá cinco sessões para refazer a votação no plenário.
Por quase todo o dia a sensação predominante entre a população foi de estupor, já que o país vive um clima de expectativa pela votação do impeachment da (ainda) presidente Dilma Rousseff que, se nada acontecer até lá, deverá ser acontecer no plenário do Senado Federal.
A decisão monocrática de um presidente interino, passando por cima da decisão de 367 deputados federais, por sua vez chancelada pelo Supremo Tribunal Federal, fez com que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB viesse a público dizer que o Brasil está na ‘UTI política’ e que iria ao STF contra a anulação.
As tucanas não deixaram por menos, “Esta decisão é extemporânea, isto é, fora de tempo, a Advocacia Geral da União deveria ter ingressado com recurso contra o pedido de impeachment enquanto ele ainda tramitava na Câmara. Estou extasiada com tamanha imbecilidade”, comentou a Coordenadora Jurídica do PSDB Mulher Nacional, Kátia Maciel (RN).
O país ficou em suspenso até o final da tarde, quando o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (AL), divulgou sua decisão pela rejeição do pedido de Waldir Maranhão, por julga-lo intempestivo. “Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com esse processo intempestivo e extemporâneo”, declarou.
Solange Jurema, presidente do PSDB Mulher Nacional, confessou alívio, “estou tão estarrecida quanto o resto dos brasileiros. Ainda bem que o Senado Federal, através de seu presidente Renan Calheiros, não acatou o que ele chamou de brincadeira com a democracia já que a decisão foi de 367 deputados e não de um só”.