No seu apagar das luzes, a gestão da presidente Dilma Rousseff enfileira recordes, todos inglórios. É uma espécie de “governo padrão 10”, mas, infelizmente, sempre no campo negativo. Nunca antes na história tantos indicadores estiveram tão ruins, desenhando a pior recessão já vivida pelos brasileiros.
A principal marca do “governo padrão 10” é o desemprego. Já são 10 milhões de brasileiros sem trabalho e uma taxa de desocupação acima de 10%, segundo aferiu o IBGE com base no comportamento do mercado no trimestre terminado em fevereiro. O Brasil tornou-se detentor do triste título de país que mais gera desempregados em todo o mundo.
Também em torno de 10% ronda atualmente a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Apenas em março, os índices de preço desceram levemente abaixo da casa dos dois dígitos, menos por êxito da política de combate à carestia e muito mais em função da recessão, que freia o consumo e obriga empresas e comerciantes a baixarem preços.
Consequência direta da falta de emprego e do dinheiro mais curto no bolso, os brasileiros estão ficando mais pobres. A renda per capita da população já caiu dois anos seguidos desde 2014 e a queda deve superar os 10% até o fim deste ano. Alguma recuperação de tamanha perda só é vislumbrada no fim da atual década.
Como se não bastasse, o cabalístico número dez também dizima as contas públicas sob o governo Dilma. O déficit nominal do governo central encontra-se atualmente próximo de sua máxima história e alcança inacreditáveis 10,75% do PIB. Traduzido em moeda sonante, isso equivale a um rombo de R$ 638 bilhões no acumulado em 12 meses, algo nunca antes visto na nossa história.
Para coroar o desfecho da nefasta experiência petista no poder, o país deve experimentar quatro anos de queda e estagnação do PIB, que, acumulados, deverão resultar num retrocesso da nossa economia em torno 10% entre os anos 2014 e 2017. Com Lula e Dilma, o Brasil tornou-se um dos países que menos crescem no mundo e o lanterna da América Latina, junto com a penumbrosa Venezuela.
O novo governo que assumirá com o afastamento da petista precisa adotar uma agenda nova e radicalmente oposta à que vigorou nos últimos anos para tentar reverter o quadro. De qualquer forma, qualquer recuperação não será nada fácil, dada a desastrosa herança que o PT legará a seu sucessor.
O Brasil tem condições de deixar para trás o padrão ruinoso que predominou nos últimos anos e voltar a ser um país nota 10, desde que torne a incentivar os investimentos, motor da geração de renda e empregos. Também é fundamental abdicar da danosa intervenção estatal que vigorou nos últimos anos e esfrangalhou nossa economia. Confiança e credibilidade serão os propulsores da desejada mudança.