ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE NOVA YORK
“Precisamos fazer a ONU incrível de novo?”
Era uma brincadeira do chanceler de Montenegro com “Make America Great Again” (faça a América incrível de novo), slogan de Donald Trump nacampanha à Casa Branca. Mas a fala de Igor Luksic num debate em Nova York na quarta (13), com quatro dos oito candidatos a secretário-geral do órgão, sintetizou a cobrança.
Liderada por oito homens em 71 anos, a ONU realiza neste ano uma inédita campanha “às claras” –e com boa de chance de eleger sua primeira líder (há quatro mulheres no páreo, e o secretário-geral que deixa o cargo, Ban Ki-moon, declarou à Folha em dezembro ser “mais do que hora” de uma mulher assumir seu posto).Eleições transparentes e mulheres no topo: é o que fará a ONU “incrível de novo”, segundo campanhas como “1 for 7 Billion” (um líder para sete bilhões), apoiada por Anistia Internacional e Avaaz, e “Equality Now”, da ONG homônima que há duas décadas pede uma líder mulher.
Até aqui, o processo foi a portas fechadas, no que críticos chamavam de “panelinha” entre os membros permanentes no Conselho de Segurança (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido).
“Na prática, os 193 membros da Assembleia Geral apenas carimbavam uma decisão tomada pelos membros do Conselho em segredo. Às vezes nem sabíamos quem eram os candidatos”, diz à Folha Yvonne Terlingen, ex-representante da Anistia Internacional na ONU.
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