Brasília (DF) – Depois de muito balançar, deu-se por fim a saída de José Eduardo Cardoso do Ministério da Justiça, anunciada em nota publicada na tarde desta segunda-feira (29), pela presidente Dilma Rousseff. Na troca de cadeiras, o ex-ministro Cardozo irá para a Advocacia Geral da União (AGU), em substituição a Luís Inácio Adams. Para substituí-lo, irá o ex-procurador-geral de Justiça da Bahia, Wellington César, indicação do ministro Jaques Wagner.
Apesar de muito anunciada, a decisão de deixar o cargo foi tomada por Cardozo neste fim de semana, segundo informações da matéria publicada hoje no jornal Estado de S.Paulo, que dão como motivo principal a pressão do PT, agravada depois que as investigações da Lava-Jato se aproximaram do ex-presidente Lula. A dança das cadeiras foi analisada por integrantes do PSDB Mulher Nacional durante a tarde.
Para a vice-presidente do PSDB Mulher Nacional Thelma de Oliveira (MT), a movimentação no alto escalão do governo deve ser monitorada com atenção. “Acompanho com preocupação o que parece ser resultado da pressão exercida sobre o ex-ministro Cardozo, por parte do PT e de partidos da base do governo, descontentes com as investigações em torno do ex-presidente Lula. Espero que essa troca não sinalize uma agressão ao Estado Democrático de Direito e que o trabalho dos investigadores da Operação Lava-Jato prossiga normalmente, sem qualquer tipo de cerceamento”.
Posto continuará vazio
Yeda Crusius, presidente de honra do segmento, diz que Cardozo sempre se mostrou um cão fiel da presidente Dilma e que sua atuação, longe de ser a de um Ministro da Justiça, sempre foi a de um assessor dedicado, pertencente a um grupo cada vez mais restrito. “Sua saída mostra uma presidente Dilma cada vez mais isolada, embora ele esteja logo ali, na AGU”.
Sobre a nomeação do ex-procurador-geral de Justiça da Bahia, Wellington César para o cargo, a ex-governadora do Rio Grande do Sul é ácida: “Não teremos Ministro da Justiça, o cargo continuará vago. Uma pena, um posto tão importante…”.
Opinião parecida parece ter Tiana Azevedo, coordenadora de Relações Internacionais do PSDB Mulher. “A saída de José Eduardo Cardozo e a entrada do Wellington César, no comando do Ministério da justiça só terá alívio para José Eduardo que deixará de sofrer pressão para intimidar a Polícia Federal, para que não cumpra seu papel constitucional. Tenho absoluta certeza de que o DPF continuará agindo conforme determina lei. Uma mera troca de apanhador”.