O período indicado é de até 60 dias após diagnóstico da doença
POR O GLOBO
04/10/2015 7:00 / ATUALIZADO 04/10/2015 8:46
RIO — Elen Santana fez a parte dela: assim que começou a sentir caroços no seio esquerdo, em dezembro de 2009, tratou de pagar uma mamografia numa clínica popular.
— Queria fazer logo. No SUS demora.
Resultado na mão, foi ao Inca de Vila Isabel em dezembro mesmo — para comprovar a tese sobre a lentidão no SUS. Não conseguiu ser atendida na primeira vez. Além de mamografia, ela precisava levar o resultado de uma biópsia. Empregada doméstica, teve de usar o 13º para pagar uma, também em clínica particular.
— Voltei em janeiro. Saí de casa às 2h, para chegar às 3h lá. E peguei a última senha! Só faziam dez atendimentos por dia — conta a mulher de 48 anos, moradora de Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio.
Elen conseguiu fazer mais exames lá dentro. O início do tratamento só viria três meses depois, em março de 2010, apesar de a lei federal 12.732/2012 determinar que o tratamento de paciente diagnosticado com câncer deve começar, no máximo, em até 60 dias após o diagnóstico.
— Boa parte dos municípios, mesmo em regiões ricas como o Sudeste, ainda não consegue atender a essa lei. É uma das políticas do SUS que ainda precisam de expansão e consolidação — diz o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Mauro Guimarães Junqueira, secretário de Saúde de São Lourenço (MG).
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) também avalia que, apesar de o atendimento a pacientes oncológicos ter melhorado, ainda há grande número de mulheres que não consegue ter acesso ao tratamento no período recomendado. Em Goiânia, por exemplo, segundo a SBM, só 32% das pacientes têm conseguido iniciar o tratamento nesse prazo.
Após conseguir começar a ser tratada, Elen fez quimioterapia até julho.
Clique AQUI para ler a íntegra.