Com um atraso enorme, o governo Dilma anunciou nesta segunda-feira (24) a intenção de cortar dez ministérios. Em mais um típico exemplo de uma gestão perdida e desorganizada, não informou quais pastas serão extintas e o impacto financeiro da proposta. O fato é que a providência é tardia: há anos deputados do PSDB vêm cobrando cortes na gigantesca máquina montada pelo PT, composta por 39 pastas. Há mais de três anos, por exemplo, a bancada foi ao Planalto apresentar uma sugestão de reforma administrativa, mas o plano que traria economia bilionária aos cofres públicos foi ignorado.
Na proposta entregue em 9 de fevereiro de 2012, os tucanos propuseram uma reengenharia administrativa do governo federal. As ações abrangiam a redução e/ou fusão de ministérios e a diminuição no custeio da máquina pública e no número de cargos comissionados. Se tivesse sido adotada na ocasião, a economia da reestruturação chegaria a R$ 3,3 bilhões ao ano.
“A máquina está inchada e emprega mais do que efetivamente o Estado necessita”, destacou o então líder do PSDB na Câmara e atual líder da Oposição, Bruno Araújo (PE). Para os tucanos, Dilma herdou de Lula uma máquina administrativa já inchada e a ampliou ainda mais para permitir acomodação dos apadrinhados.
Em julho de 2013, o então líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (SP), anunciou o apoio do PSDB à PEC do PMDB que limita o número de ministérios a 20. “Para que manter 39 ministérios, uma estrutura gigantesca e cara e que se mostra ineficiente?”, questionou na ocasião o tucano, que neste ano também exerce a função de líder.
Conforme lembrou, a oposição sempre defendeu a redução do número de ministérios como forma de reduzir os gastos públicos. Em abril último, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou, com o apoio dos tucanos, a admissibilidade da PEC.
Na campanha eleitoral, a então candidata Dilma defendia a enorme máquina administrativa, mas agora parece ter mudado de ideia. Já Aécio Neves considerava que a redução do número de ministérios daria mais eficiência ao governo federal. Se a ação anunciada nesta segunda sair do papel, será uma rendição inequívoca do governo do PT a essa tese.
Do Portal do PSDB na Câmara