Dona Dilma não precisa nem falar, basta olhar seu semblante e as olheiras dignas de um filhote de panda, para concluirmos que anda insone com a perspectiva de um impeachment. Que está pouco visível no horizonte, mas que ela sabe que pode estar ali numa curva do Destino.
A presidente, além de se gabar de sua coragem e força para aguentar venha o tranco que vier, agora deu para frisar o que nós sabemos muito bem: ela está instalada no Planalto graças aos votos que recebeu e a vitória pelo voto não se discute, cumpre-se.
Curioso que quem mais fala em golpe é o Governo. Lembra aquela mulher que de tanto azucrinar o marido com seus ciúmes acabou despertando nele a certeza de que trair seria uma barbada. E foi!
Apavorada com a perspectiva de um impeachment, frase sim, frase não, ela repete que o voto tem que ser respeitado. E que não vai tolerar nem a mais remota tentativa de golpe!
Sugiro que pare de falar em golpe antes que algum aventureiro lance mão da coroa. Lembre-se, dona Dilma, o Brasil não tem um Plano B…
Creio que também seria de bom alvitre parar de falar no respeito ao voto. Não é por aí. A senhora foi eleita por uma apertadíssima margem de votos. Afinal, o que é o voto, objeto desse sacrossanto respeito? É a vontade do eleitor. É essa a vontade que tem que ser respeitada. Mas respeitada por quem recebeu o voto ou exigida por quem o depositou na urna?