Brasília (DF) – Novos indícios de corrupção foram identificados nas investigações da Operação Lava-Jato. O alvo agora é a extração de petróleo da camada pré-sal. O executivo da Engevix, Gerson Almada, admitiu ter pago comissões ao lobista Milton Pascowitch para que ele intermediasse a contratação da empreiteira para construir navios-sondas para a Sete Brasil, criada para retirar petróleo de camadas profundas. As informações são do jornal O Globo desta terça-feira (26).
Segundo a reportagem, os contratos ainda estão valendo e valem US$ 2,4 bilhões. Deste total, entre 0,75% e 0,9% seriam pagos a Pascowitch por meio de sua empresa Jamp, na forma de contratos de consultoria.
Em delação premiada, Almada disse que não qualifica a comissão como propina. Para ele, se tratava de lobby e afirmou que chegou a firmar contratos similares com a Jamp para intermediar outros negócios entre Engevix e Petrobras. Nas palavras de Almada, Pascowitch “realizava um serviço de lobby que não poderia ser desempenhado pelos funcionários da Engevix”.
O depoimento do executivo foi colhido em 24 de março e apontou que o então diretor da Sete Brasil, Pedro Barusco, procurou a Engevix, por meio de Pascowitch, para oferecer contratos para construção de três navios-sonda. De acordo com Almada, a viabilidade do negócio dependia da construção de mais cinco sondas. O negócio seria fechado com a Engevix, e, por isso, Pascowitch teria tido direito à remuneração.
Ainda segundo Almada, ele foi procurado também pelo doleiro Alberto Youssef, que prometia evitar que a Engevix tivesse problemas de pagamento com a diretoria de Abastecimento. O executivo admitiu que a partir de 2007 fez pagamentos a Youssef no exterior. O doleiro “sempre mencionou que (o dinheiro) seria destinado ao Partido Progressista”. Já Pascowitch “nunca foi claro” quanto ao destino do dinheiro, embora tivesse ligação com o PT.