Opinião

O caminho para a autonomia feminina

Delegada Nadine, deputada estadual/ RS- Foto: Arquivo

O número de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 21% nos últimos 10 anos. Quando o assunto é o protagonismo feminino nesta área, entretanto, os sentimentos divergem. Se afirmei que temos o acréscimo, preciso também falar dos problemas, que enxergo como desafios. Aproveito o agosto lilás – momento de combate à violência contra a mulher -, para reforçarmos as nossas batalhas.

O ano de 2024 marca os 18 anos da criação da Lei Maria da Penha, que trouxe conquistas no que diz respeito à proteção, aplicação de justiça e ferramentas de coibição.

Precisamos de capacitação, programas que foquem a equidade e também a representatividade e os devidos reconhecimentos em todos setores da sociedade

O mês que se encerra registrou um novo amparo para o Estado, para Porto Alegre. Tivemos a inauguração da 2ª Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre. Enquanto chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, já havia instituído a sala das margaridas, ambiente reservado para o atendimento especializado já estabelecido nas delegacias.

E se estamos discutindo os pilares de amparo à mulher, a legislação precisa estar em pauta. Necessário recordar que o voto feminino é uma conquista de 92 anos. É recente. Citei o crescimento de empreendedoras – são 10,3 milhões – mas preciso informar que equivale somente a 34,4% do empresariado nacional. É pouco.

Você sabia que 49% das empreendedoras são chefes de família? E que as donas de negócio trabalham 18% menos justamente em função desses compromissos que infelizmente não são igualitários? E a discriminação? Um quarto das empreendedoras confessam que já sofreram com ela. E se falarmos em formalização, precisamos lembrar que mais de dois terços não possuem CNPJ.

As lutas são diversas, mas o caminho é conhecido.

Sou criadora da Frente Parlamentar do Empreendedorismo Feminino na Assembleia Legislativa e essas são apenas algumas das nossas batalhas. Já obtivemos vitória ao consolidar a Legislação de Proteção à mulher no RS, porém é necessário mais. Precisamos de capacitação, programas que foquem na equidade e também a representatividade e os devidos reconhecimentos em todos setores da sociedade.

Por Delegada Nadine, deputada estadual (PSDB-RS)