A duas semanas das eleições, a presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, enviou uma mensagem para as mulheres candidatas e aquelas que apoiam as que ingressam no universo político: não estamos sozinhas, juntas somos mais fortes e capazes de mudar. A mensagem foi transmitida durante entrevista concedida à TV Pampa, no programa Aliadas, comandado pela Ali Klemt.
“É uma mensagem de dentro: acredite que você não está sozinha, acredite que as mulheres estão se organizando para te dar a mão e fazer. Você tem de querer, mas não está sozinha”, afirmou Yeda Crusius.
Em seguida, a tucana acrescentou, com base na sua experiência política: “[O mundo] está cheio de endereços de instituições [dispostas a colaborar], junte-se a quem quer criar, as mulheres criam, as mulheres gestam. Você é uma fonte, deixe a água rolar, que vai dar num rio e vai dar num oceano”.
Yeda Crusius conversou por quase 10 minutos com Ali Klemt, no único projeto feminino da TV aberta gaúcha, que vai ao ar todos os sábados, ao meio-dia, na TV Pampa.
A entrevista completa pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=cwoTtmDvEMY
Ranking Negativo
Yeda Crusius ressaltou que a posição do Brasil em comparação aos demais países da América Latina é negativa em relação à participação feminina na política. O Brasil está atrás apenas do Haiti, país vive com problemas internos graves e conflitos de grupos armados.
“Nós somos na América Latina, algo inexplicável, nós perdemos para todos os países, nós perdemos para todos os países, menos para o Haiti, como é que se explica isso?”, indagou a tucana, referindo-se à participação feminina na política.
A porcentagem de mulheres no Congresso Nacional é de apenas 15,2%. No Senado, o número cai para 12.35%. No ranking internacional de participação de mulheres na política, elaborado pela União Interparlamentar, o Brasil ocupa a 142ª posição. Na América Latina, o país é o segundo com menor participação, perdendo apenas para o Haiti.
Com base em dados de 2021, em 18 países, entre os 28 avaliados, o percentual que aposta em lideranças femininas para trazer paz e sucesso ao mundo é maior ou igual a 50%. O Brasil, com 72%, fica em primeiro lugar no ranking, seguido pelos latino-americanos Peru e Colômbia (ambos com 70%) e, na terceira posição, pela Turquia (67%).
Segundo Yeda Crusius, o caminho é arregaçar as mangas: “Então ao tentar explicar, [o caminho] é agir”. Ela lembrou que escolheu uma profissão que era masculina na sua época: a economia: “Eu era a única estudante de Economia.”
Livros
Yeda Crusius contou, durante a entrevista, que prepara uma trilogia sobre sua trajetória política e de vida. Por enquanto, os detalhes são preservados, mas ela adiantou que será uma série “moderna” em que as pessoas poderão ler por meio do celular e sem carregar peso.
“Estou preparando três livros: um deles é Quem é a Yeda. Farei um livro moderno”, disse a tucana.
Ao mencionar sua história de vida, Yeda Crusius comparou com a gestação em que você se prepara, mas o bebê ao nascer tem sua própria trajetória.
“É igual a gravidez: a gente gera, mas o que vem a gente não sabe. Mas o que vem é importantíssimo. Entrei para política, aceitei o convite de Itamar Franco, fui para o Ministério do Planejamento, depois me candidatei, fui para o Parlamento e daí para frente você sabe… Tive parceiros que me auxiliararam.”