No último dia do II Seminário de Capacitação Política: Representação, Democracia e Eleições 2022, promovido pelo Secretariado Nacional da Mulher/PSDB em Belém (PA), em parceria com a KAS Brasil e o Instituto Teotônio Vilela (ITV), a socióloga Karin Vervuurt, consultora em Campanhas Eleitorais do Elas no Poder, tratou sobre financiamento de campanha eleitoral e recursos partidários. Ela ressaltou que é preciso, antes de tudo, fazer o planejamento orçamentário para despesas.
“Não é simples. Não é fácil. Parabéns pela coragem”, afirmou a socióloga. “O que vocês puderem negociar, desde agora, é a melhor coisa porque vocês vão estar pensando no futuro”, disse. “Os gastos mais importantes, na minha opinião, são panfletos e panfleteiros.”
Karin Vervuurt destacou que é fundamental que a candidata saiba o valor monetário do voto que precisa para ser eleita. Segundo ela, a partir deste cálculo será possível preparar a produção de “santinhos” e demais despesas. Durante sua explanação, a consultora fez uma dinâmica com as pré-candidatas para fixar as informações e buscar sanar as dúvidas.
Orçamento
O orçamento deve tentar prever as despesas e os gastos de campanha. “Quanto dinheiro preciso para fazer campanha? Em que vou gastar? Se eu ganhar dinheiro, para onde ele vai?”, orientou a especialista. Segundo ela, é fundamental também considerar em meio a este cálculo o levantamento do número de votos que precisará para se eleger, pois isso influencia nas despesas.
De acordo com Karin Vervuurt, o planejamento orçamentário bem feito ajuda a tomar decisões mais acertadas e com menos riscos. “O orçamento ajuda na tomada de decisão super rápida.”
Segundo a consultora, o primeiro passo: é definir o que precisa ou gostaria de ter na sua campanha, como por exemplo, despesas com pessoal, veículos, comunicação e assim por diante. Após isso, é preciso saber quanto custa cada detalhe. De acordo com ela, uma forma interessante de realizar cálculos é se basear na campanha de uma candidata com o perfil semelhante ao seu.
“Priorizem gastos que vão te levar a conversar com mais pessoas”, orientou a consultora de campanha.
Financiamentos
Segundo a consultora, é importante incluir no planejamento o que deve ser parcelado e o que será à vista. De acordo com ela, a partir daí serão organizados três orçamentos diferentes: o básico, o mínimo para ser feita a campanha; o ideal, alta e média; e o maravilha, o que é sonhado.
Karin Vervuurt lembrou que a candidata tem pouco tempo. “Tudo que puderem fazer para facilitar a vida de vocês, façam desde já”, sugeriu. “É importante ter mais de uma estimativa. Se não for possível fazer três orçamentos, façam dois.”
As formas de financiamento são: recursos próprios, pouquíssimas pessoas têm essas condições, o limite é 10% do teto para seu cargo. A outra forma é via partidos políticos que têm acesso a Fundo Eleitoral, Fundo Partidário e doações de filiados. “Por ser mulher, temos garantia por lei, pois os partidos políticos têm de repassar os financiamentos”, lembrou.
“Não contem com uma fonte única de financiamento. Se der ruim em uma fonte, você terá um plano B”, sugeriu a consultora. Ela recomendou que as candidatas analisem suas características e os contextos em que vivem para definir os planejamentos.
A especialista recomendou que a candidata escolha estratégias e não que queiram fazer muitas táticas ao mesmo tempo. Segundo ela, é preciso fazer escolhas pois há pouco tempo e muito a se realizar até as eleições.