A deputada estadual Mabel Canto (PSDB) questionou, em sessão da Assembleia Legislativa do Paraná nesta segunda-feira (16/05), dados referentes ao crescimento da taxa de mortalidade infantil em Ponta Grossa (PR). Só em 2021, o município registrou 71 óbitos de crianças com menos de um ano de idade, dentre 5.041 nascimentos.
Mabel requereu informações da Secretaria da Saúde do Paraná (SESA) sobre esses números registrados em todo o estado, bem como o motivo para a desativação do Comitê de Prevenção de Mortalidade Materno, Infantil e Fetal da 3ª Regional de Saúde.
A tucana destacou que as gestantes tiveram dificuldades para realizar um dos exames mais importantes que é o ultrassom obstétrico. Em 2020, mais de mil mulheres aguardavam na fila de espera. Em outubro de 2021, a Prefeitura não renovou o convênio com as clínicas credenciadas, o que levou a um atraso de dois meses sem a realização destes exames.
Em dezembro, um novo convênio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cimsaúde) foi firmado, onde apenas 350 exames foram garantidos para uma fila de 700 gestantes.
“Um exame tão importante para saber as condições da gestação e do bebê. Infelizmente muitas gestantes ganharam seus filhos sem realizar o exame. Isso é um descaso”, disse a deputada.
Mabel ainda falou sobre a estratificação da classificação das gestações no município, que foi realizada de maneira incorreta em vários casos. “Muitas gestantes e parturientes classificadas como risco habitual ou intermediário, na verdade tinham comorbidades e deveriam terem sido estratificadas como alto risco”, apontou.
De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade materna, infantil e fetal do sul do país em 2020 foi de 9,1. Se comparado a esse dado, Ponta Grossa registra um percentual ainda maior, com uma taxa de 14,08 em 2021.
A parlamentar ressaltou que o fechamento do Pronto Atendimento Infantil no Hospital Universitário Materno Infantil (HUMAI) também pode ter contribuído com esses dados. “Nossas crianças têm levado horas para serem atendidas na UPA Santa Paula, muitas ficam 8 horas aguardando por atendimento e algumas até mesmo vão embora sem nenhum atendimento”, contou.
Mabel Canto também destacou que o Programa Mãe Paranaense foi criado para reduzir a mortalidade materno, infantil e fetal no estado do Paraná, e prevê sete consultas e 17 exames para as gestantes, o que não está acontecendo.
Para o deputado estadual Michelle Caputo (PSDB), criador do programa enquanto secretário de Estado da Saúde, “estamos vivendo problemas que já havíamos superado”. Ele também destacou que isso não ocorre apenas nos Campos Gerais, mas em todo o Paraná.
*Da assessoria da deputada Mabel Canto