No lançamento do seu nome à pré-candidatura ao governo de Pernambuco, a tucana Raquel Lyra reiterou que, apenas, por meio da política é possível transformar e promover mudanças. Ela destacou a necessidade de haver união para executar as transformações necessárias.
“Fazer a diferença no nosso estado, eu acredito na política como a melhor forma de fazer a diferença na vida das pessoas”, disse a prefeita por duas vezes de Caruaru. “Sei que é muito difícil quando a gente busca fazer do jeito certo, de uma maneira só”, disse ela. “Fui chamada para uma missão. Não se trata de um projeto pessoal.”
Para Raquel Lyra, apenas por meio da união e da ação em conjunto será possível promover as realizações de que Pernambuco precisa. “Na situação em que Pernambuco está precisamos fazer uma construção coletiva, me colocando no lugar do outro, como é que juntos podemos construir solução. Conversando, a gente passa a ter fé.”
Raquel Lyra ressaltou que o momento é desafiador, pois a crise causada pelos impactos da pandemia da Covid-19 acentuou uma série de fragilidades que o estado de Pernambuco tinha e que agora estão mais agudas.
Mudança
Raquel Lyra conclamou os presentes a “mudar Pernambuco”. “Quem está afim de fazer um Pernambuco diferente vem comigo”, disse. “Quero levar minha força de trabalho para mudar Pernambuco.”
A ex-prefeita destacou que não pretende que sua candidatura seja apenas parte de uma cota destinada às mulheres. “Não estamos aqui para cumprir cota. [Queremos] um olhar de mulheres e homens sensíveis para diminuir a desigualdade social.”
Ao lado da sua família, a tucana reiterou a importância da família na sua formação pessoal e política. “Família: referência, força, pai, mãe, tias, irmãs, madrinha, todas as vezes que a gente se aventura num sonho diferente, a gente está junto, é daqui que eu saio e que eu volto. Obrigada.”
Diferença
Raquel Lyra fez um balanço de suas duas gestões à frente da Prefeitura de Caruaru onde sua família construiu uma sólida história política. Ela ressaltou o esforço em defesa de propostas de qualificação das mulheres, a construção de mais de 6 mil creches e de uma maternidade de alta complexidade.
A tucana também lembrou das soluções que existem dentro do estado para resolver problemas de geração de emprego e renda, como os polos têxtil, de frutas, de cultura e turismo, entre outros.
“A gente se comprometeu de fazer de fora para dentro. É muito difícil fazer para quem tem muito pouco para essa população que vive esperando com um pires na mão. A gente não quer gente pedindo esmola. Não tem solução fácil para problema difícil”, afirmou.
Violência
Com uma biografia que reúne experiência como delegada e procuradora, a tucana lamentou a violência que atinge o cotidiano das pessoas em Pernambuco. Ela lembrou a morte da menina Heloísa Gabrielle, de 6 anos, em Porto de Galinhas, em Ipojuca no Grande Recife. A criança foi baleada durante uma perseguição da Polícia Militar. Heloísa foi atingida quando brincava com outras crianças no terraço da casa da avó.
“Pernambuco vive seu pior momento. Quantas histórias poderiam ser escritas diferentes?”, reagiu Raquel Lyra, lembrando histórias como a de Glaucimario que trabalhava na Prefeitura de Caruaru e que também morreu por uma bala perdida. “A vida deles não volta, a vida de quem foi ceifado pela violência não volta.”
Raquel Lyra reclamou da ausência de líderes que “tentam fazer mais” por Pernambuco. “Falta de liderança, daqueles que não colocam luz para aquilo que precisa ser resolvido”, disse. “O estado que a gente vive é o que tem uma das três maiores populações com alta vulnerabilidade.”