A presidente do Secretariado Nacional do PSDB Mulher, Yeda Crusius, defendeu, no último sábado (18/9), em São Paulo, que todos os partidos apoiem a participação feminina na política. Ela ressaltou que, com a pandemia da Covid-19, a violência contra a mulher inclusive na política aumentou. De acordo com a presidente, as agressões visam reduzir a presença de mulheres no cenário político.
“A pandemia está dando suas lições, aprofunda a má distribuição de renda e uma tendência de que segmentos marginais da sociedade aumentem sua participação em termos de violência”, advertiu. “Nós temos um objetivo de fazer políticas públicas para diminuição da violência contra as mulheres.”
Meio Ambiente
A presidente também abordou a questão ambiental do país. Para ela, é essencial haver um esforço coletivo para proteger o meio ambiente, sobretudo a Amazônia ameaçada pelas políticas públicas atuais, as queimadas e a exploração como um todo. Pelos dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon, o ano passado registrou recorde no desmatamento na Amazônia: a floresta perdeu 8.058 km² de área verde. É a maior dos últimos dez anos, registrando aumento de 30% em comparação com 2019.
“O compromisso com a Amazônia está preservado com as mulheres do Norte”, afirmou Yeda Crusius. “O Norte precisa de uma política específica. Estão aqui mulheres, mulheres da floresta, que sabem entender as pessoas que estão longe da conectividade. São mulheres que vêm de barco com seus bebês, pois não têm energia nem internet. Ao mesmo tempo [é uma região que] têm núcleos de preservação da vida, que são institutos que pesquisam a floresta e o ser humano.”
Diferenças regionais
A presidente alertou ainda que uma preocupação do PSDB-Mulher é com a preservação e respeito com as bandeiras regionais, pois há distintas peculiaridades entre as áreas do país que devem ser observadas e cuidadas.
Yeda Crusius ressaltou que o encontro, em São Paulo, reuniu representantes de mulheres do Nordeste, do Sul, do Centro-Oeste e do Norte. Um ponto comum, segundo ela, concentra-se na violência contra a mulher de uma forma geral.
“A violência contra a mulher, além de doméstica, é também política. É a prática dentro do ambiente político, dentro dos partidos políticos, toda vez que há uma crise as consequências recaem sobre as mulheres particularmente as mulheres negras”, disse.
A presidente lembrou que, em 2020, o PSDB elegeu 55 prefeitas, entre elas, a única prefeita de capital, Cinthia Ribeiro, de Palmas (TO). Também foram eleitas 64 vice-prefeitas e 719 vereadoras.
Carta-Compromisso
Yeda Crusius ressaltou a importância da Carta-Compromisso do PSDB-Mulher composta por cinco itens. Ela reiterou que o esforço é para que todas as lideranças da legenda assinem o documento a exemplo do governador de São Paulo, João Doria, neste sábado.
“O PSDB foi o único partido que cumpriu as cotas com respeito dos 30% do Fundo Eleitoral, pois há um perigo de retrocesso quando a gente olha o que está acontecendo no Congresso Nacional”, afirmou. “Eu sempre agradeço ao João Doria que faz uma política de mulheres diferenciada em relação ao restante do país.”
A presidente ressaltou que a participação das mulheres na política é numericamente pouco expressiva, mesmo sendo elas 52,35% do eleitorado brasileiro. Nas eleições municipais de 2020, as mulheres representaram apenas 33,6% das candidaturas para as Câmaras de Vereadores e Prefeituras dos 5.570 municípios brasileiros, pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Participação
Durante o evento em São Paulo, o governador ouviu as demandas das mulheres, por região. Pelo Centro-Oeste, falaram a ex-prefeita da Chapada dos Guimarães Thelma de Oliveira (MT) e a assessora jurídica do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB e vice-presidente do PSDB-Mulher do DF Luciana Loureiro (DF).
Pela região Norte, falaram a deputada estadual Therezinha Ruiz e a presidente do PSDB-Mulher do Pará Tetê Santos. Pelo Sul, a vereadora de Itajaí (SC) Anna Carolina e assessora executiva do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB e presidente de honra do PSDB-Mulher do RS Angela Sarquiz. Pelo Nordeste, a coordenadora da região, Iraê Lucena (PB), e a vereadora de Mossoró e presidente do PSDB-Mulher do RN Larissa Rosado. Pelo Sudeste, a presidente do PSDB-Mulher de São Paulo Edna Santos (SP) e a secretária Municipal de Direitos Humanos de Vitória Neusa de Oliveira (ES).