O governador de São Paulo, João Doria, assinou, neste sábado (18/9), a Carta-Compromisso do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB , encaminhada a todos os presidenciáveis e dirigentes partidários em junho deste ano, que fixa as prioridades das mulheres na política. A assinatura ocorreu durante encontro, promovido pelo PSDB-Mulher de São Paulo, na capital paulista, na presença de cerca de 5 mil tucanas de todo o país e das coordenadoras regionais.
“A essência aqui é para assinar a carta-compromisso com o PSDB-Mulher, ouvir as mulheres, adotar as medidas necessárias para a proteção e igualdade para a mulher”, afirmou Doria, homenageando as presentes na figura da enfermeira de São Paulo Mônica Calazans, primeira mulher a receber a vacina CoronaVac no país.
A presidente do PSDB-Mulher de São Paulo e coordenadora de Políticas para a Mulher do estado, Edna Martins, detalhou as ações executadas por Doria em São Paulo priorizando as mulheres.
“[O governo Doria] criou um comitê intersecretarial para discutir políticas públicas para as mulheres e tem discutido de maneira transversal, um programa específico na saúde, [relativo à] violência e em relação às mulheres negras em especial”, disse ela, após ter sido informado que havia um mutirão para a realização de mamografias no interior de São Paulo,
Tucanas
A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, agradeceu o apoio de Doria e destacou a importância de todos os líderes políticos assinarem a Carta-Compromisso como forma de reiterar o respeito à paridade de gênero na política e do Fundo Eleitoral.
“Nós temos um estatuto e um regimento, cada uma em seus estados, somos eleitas. A Carta-Compromisso das mulheres tucanas para o Brasil vem na esteira do que elaboramos: as bandeiras eleitorais, [as metas de] desenvolvimento sustentável da ONU [Organização das Nações Unidas]”, afirmou a presidente.
Yeda Crusius ressaltou a necessidade de defender a democracia no momento atual.
“O PSDB-Mulher quer mudar uma realidade brasileira, que é uma crise econômica, social, ambiental que perdura demais. E quem faz uma reunião como essa pode ter a certeza de que essa é a raiz de um social democracia, é a visão que Montoro propagou. ”, disse.“Quem apostar nos 50/50 como compromisso tem de defender em primeiro lugar as conquistas que viemos fazendo não podem ir pra trás. Em segundo lugar, [defender] que elas têm de avançar. Nós somos ‘atoras’ da nossa política. Somos a maioria no país, e inclusive, dentro do nosso partido. Nós precisamos avançar”, frisou.
Ela reiterou que o esforço é para que todas as lideranças da legenda assinem o documento a exemplo do governador de São Paulo, João Doria, neste sábado.
“O PSDB foi o único partido que cumpriu as cotas com respeito dos 30% do Fundo Eleitoral, pois há um perigo de retrocesso quando a gente olha o que está acontecendo no Congresso Nacional”, afirmou. “Eu sempre agradeço ao João Doria que faz uma política de mulheres diferenciada em relação ao restante do país.”
A presidente ressaltou que a participação das mulheres na política é numericamente pouco expressiva, mesmo sendo elas 52,35% do eleitorado brasileiro. Nas eleições municipais de 2020, as mulheres representaram apenas 33,6% das candidaturas para as Câmaras de Vereadores e Prefeituras dos 5.570 municípios brasileiros, pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em uma reunião antes do evento, o governador ouviu as demandas das mulheres, por região. Pelo Centro-Oeste, falaram a ex-prefeita da Chapada dos Guimarães Thelma de Oliveira (MT) e a assessoria jurídica do PSDB-Mulher Nacional Luciana Loureiro (DF). Pelo Norte, a deputada estadual (AM) Therezinha Ruiz e a presidente do PSDB-Mulher do Pará Tetê Santos. Pelo Sul, a vereadora de Itajaí e coordenadora da região Anna Carolina (SC) e a assessora executiva do PSDB-Mulher Nacional Angela Sarquiz (RS). Pelo Nordeste, a coordenadora da região, Iraê Lucena (PB), e a vereadora de Mossoró Larissa Rosado (RN). Pelo Sudeste, Edna Santos (SP) e a Secretária Municipal de Direitos Humanos de Vitória Neusa de Oliveira (ES).
Prévias
Doria disputa as prévias internas do PSDB, em 21 de novembro, para a escolha do nome que será o candidato da legenda à Presidência da República. Também concorrem o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Netto.
Ao ser questionado se o evento deste sábado era relacionado com as prévias, Doria foi categórico, afirmando que pertencia a um encontro promovido pelo PSDB-Mulher estadual em que ele era convidado.
“É um evento das mulheres, não das prévias do PSDB. Respeitamos muito isso. Respeito e convergência, naturalmente”, disse o governador.
A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, ressaltou que, atendendo a um convite das mulheres de São Paulo, ali era um momento para as tucanas ouvirem e serem ouvidas pelo candidato. Em entrevista coletiva, a presidente Yeda Crusius frisou que: “O PSDB-Mulher Nacional dá total autonomia e liberdade a cada uma das mulheres de escolher , no processo de prévias partidárias, o seu candidato”.
Carta-Compromisso
Conheça a seguir os principais aspectos citados na Carta-Compromisso do Secretariado Nacional do PSDB Mulher, assinado, neste sábado (18/9), pelo governador Doria, em São Paulo, na presença de tucanas de todo o Brasil.
A seguir, os trechos do documento:
- Fortalecer o PSDB-Mulher e a busca pela ampliação da participação das mulheres na Política e nos espaços de Poder.
- Estimular e engajar candidaturas de lideranças e simpatizantes do PSDB-Mulher;
- Estimular a participação das filiadas, lideranças e simpatizantes em Conselhos, Sindicatos e Movimento de Mulheres.
- Fortalecer as mulheres, com potencial, que foram candidatas em 2020 e não foram eleitas;
- Estimular as militantes a apoiarem as candidaturas femininas;
- Incentivar as candidaturas de mulheres à presidência dos Diretórios do PSDB nos municípios, estados e nacional.
- Interiorizar a criação do PSDB-Mulher, expandindo assim a sua atuação, com no mínimo 30% de secretariado da Mulher/PSDB nos municípios.
- Implementar a paridade de gênero na composição da Executiva dos diretórios das cidades de pequeno porte.
- Autonomia para as mulheres gerenciarem os recursos referentes aos 30% do financiamento eleitoral destinados às candidaturas femininas nas eleições de 2022;
- Autonomia para as presidentes dos Secretariados da Mulher em todas as esferas (nacional, estadual, municipal) gerirem os recursos referentes aos 5% do fundo partidário destinados a formação política das mulheres.
- Paridade de Gênero (50/50). Estimular o compromisso do PSDB, em todas as instâncias, de implementar a paridade de gênero nos quadros internos.
- Realizar parcerias com o Secretariado Nacional da Mulher/PSDB para estimular a formação de mulheres em tecnologias digitais e para a aquisição de material de informática para os diretórios em cidades onde as mulheres não tenham acesso a dispositivos eletrônicos que facilitem a capacitação.