Comemorado neste dia 12 de maio, o Dia Internacional da Enfermagem celebra os heróis que, entre os profissionais da saúde, têm atuado na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus. No Brasil, a grande maioria é de mulheres, que são quase 2,5 milhões de profissionais da área pelo país, de acordo com estimativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
O trabalho que elas desempenham é vital. Ainda assim, elas estão exaustas, sobrecarregadas e mal pagas.
“Os servidores estão expondo a vida aos riscos de contágio por covid e morte, e mesmo assim permanecem, tirando do próprio bolso”, disse em entrevista ao PSDB-Mulher a enfermeira Claudia Aires Ribeiro, que integra a linha de frente do combate à Covid-19 no Distrito Federal.
“Ano passado foram suspensas até férias e folgas. O mundo está acabando, e nós não podemos parar”, desabafou.
Leia a entrevista completa AQUI.
Vale lembrar que a categoria não tem um piso salarial nacional estabelecido. Em muitos estados, observa-se uma defasagem salarial marcada pela questão de gênero. Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pedido do Cofen, em 2015 revela um elevado percentual de profissionais da enfermagem submetidos à situação de subsalários. 17,6% dos entrevistados declararam ter uma renda total mensal de até R$ 1.000. Já cerca de 64% deles recebem até R$ 3.000.
Há também o problema da elevada carga horária, que por muitas vezes chega a mais de 40 horas semanais. 34,7% dos profissionais ouvidos na pesquisa disseram trabalhar de 31 a 40 horas por semana. Já 38,6% deles são submetidos a jornadas ainda mais extenuantes, que excedem as 40 horas semanais.
Tucanas em favor da enfermagem
Atentas aos percalços enfrentados pelos enfermeiros de todo o país, parlamentares tucanas têm apresentado projetos para tentar melhorar a rotina desses profissionais.
A deputada federal Tereza Nelma (PSDB-AL) é coautora do Projeto de Lei nº 2.997/2020, que estipula uma jornada de trabalho de 30 horas semanais e cria o piso salarial nacional do enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, além de parteiras.
“Hoje, com a pandemia em evidência, fica mais explícito o quanto estes profissionais são essenciais e o quanto arriscam suas vidas. É preciso proporcionar a existência do piso para que no mínimo possam ter uma garantia de remuneração digna proporcional ao quanto contribuem para a sociedade”, diz a justificativa da proposta.
A tucana também é coautora de um requerimento (REQ 377/2021) para a criação de uma Comissão Temporária Externa destinada a acompanhar os impactos da pandemia de Covid-19 na vida das mulheres brasileiras, entre elas as profissionais da saúde.
Já a deputada federal Edna Henrique (PSDB-PB) pensou em estender a prioridade de imunização dos profissionais da saúde aos demais trabalhadores do setor. Ela é autora do PL nº 1.371/2021, que inclui na vacinação prioritária grupos expostos aos mesmos riscos que médicos e enfermeiros, como estudantes de Medicina e Enfermagem em estágio hospitalar, além de copeiros, cozinheiros e auxiliares de serviços gerais que cuidam da limpeza e manutenção de hospitais e unidades de saúde.
Vacinação é a saída
Entre tantos obstáculos, uma boa notícia: o número de profissionais da enfermagem mortos por Covid-19 no Brasil caiu 71% com a vacinação. De acordo com dados do Observatório da Enfermagem, foram 24 mortes registradas em abril deste ano, em comparação aos 83 óbitos de março de 2021.
Desde o início da pandemia, 55.294 casos de coronavírus foram reportados entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. 779 profissionais da saúde morreram em decorrência do vírus, entre os quais 67,65% eram mulheres e 32,35%, homens.