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Em debate na Rádio Guaíba, Yeda Crusius defende reformas para modernizar o Estado brasileiro

A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, participou, nesta quarta-feira (6/1), de transmissão ao vivo do programa Boa Tarde, Brasil!, da Rádio Guaíba, apresentado pelo jornalista Julio Ribeiro. Junto aos demais convidados, o escritor Percival Puggina e o jornalista e ex-governador do Rio Grande do Sul Antônio Britto, a primeira e única mulher já eleita governadora do Rio Grande do Sul debateu sobre política, economia e as dificuldades em se reformar e modernizar o Estado brasileiro.

Durante o programa, Yeda Crusius relembrou a sua trajetória como governadora do estado, de 2007 a 2010, e como conseguiu zerar o déficit fiscal dos cofres públicos gaúchos.

“Naquele tempo, sem dúvida tive uma herança fiscal muito negativa. Antes do nosso governo começar, propusemos à Assembleia que mantivéssemos os impostos que vigoravam. Não deu certo. Ficamos um ano trabalhando depois, em 2007, mostrando para que havíamos vindo. Demos uma total mudança na forma de governar, e quisemos fazer uma reforma tributária e fiscal ao final do primeiro ano. Também não deu certo”, contou.

A situação econômica do estado começou a mudar a partir das reformas estruturantes implementadas pela tucana.

“Nós fizemos várias reformas. Fizemos a reforma de todas as carreiras de estado menos duas, trazendo benefícios, aumento, pagando subsídios a todas as carreiras jurídicas, e demos confiança ao investidor com a ajuda de um programa espetacular que tivemos com o Banco Mundial. Renegociamos a dívida do estado no segundo ano. Quando renegociamos a dívida, ou seja, pagando muito menos taxa de juros e diminuindo a dívida, pudemos fazer com um orçamento de arrecadação muito mais, tanto é que nosso programa tinha o nome de ‘Fazendo Mais Com Menos’”, relatou.

MUDANÇAS ESTRUTURAIS

Segundo a ex-governadora, o grande problema da economia brasileira nos dias de hoje é a incapacidade de realizar as reformas estruturantes necessárias para alavancar as finanças do país, visto que são mudanças que exigem um planejamento a longo prazo.

“Não há muito segredo nisso. Naquele tempo, o Rio Grande do Sul era o pior em finanças. Hoje, todos estão mal em finanças, porque desde então as reformas necessárias não andaram. Enquanto a reforma não for coordenada, a partir do Governo Federal, os governos estaduais podem cada vez menos. Nós tivemos um imenso momento no investimento privado, fizemos investimento em parceria. Vemos que as coisas são muito demoradas porque é difícil o governante ganhar condições de praticar o longo prazo hoje. Você faz as reformas para, durante um longo prazo, ter os benefícios, e tudo é muito imediato hoje em dia”, constatou Yeda.

“As veredas que eu achei não estão além dos livros e textos de economia, além das boas práticas registradas na história. Foi isso: tratar bem o dinheiro público, fechar as torneirinhas da corrupção, como nós fizemos, e fazer com que a confiança de todos crie um ambiente de confiança no estado”, salientou ela.

A presidente do PSDB-Mulher Nacional elencou como exemplos positivos as mudanças estruturais propostas durante o mandato do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, destacando ainda a mais recente reforma trabalhista e o teto de gastos aprovados na gestão do ex-presidente Michel Temer. Para a tucana, a modernização do Estado brasileiro deve ser fruto de estratégia e uma visão de longo prazo.

“Nós precisamos de reformas. Elas vão vir quando as convenções estiverem criadas para virem. Elas estão eternamente no caldeirão, fervendo. Olha a reforma trabalhista, as mudanças que ela fez. As corporações estão tendo que se ajustar a esse mundo. Mas ainda falta muita coisa. Falta a reforma fiscal, falta a reforma política, que ainda não está terminada. Mal iniciamos proibindo as coligações nas eleições proporcionais, fazendo uma cláusula de barreira”, acrescentou.

QUESTÃO DE INICIATIVA

Yeda Crusius avaliou ainda que o que falta na política brasileira é coragem e iniciativa para promover as mudanças necessárias e obter resultados.

O povo pede isso na política. O Britto ganhou dizendo a verdade: ‘olha, eu vou reformar’. Eu ganhei, a primeira mulher a ganhar em um estado que diziam que era o mais machista do país. O que é isso? Machista e elege uma mulher? Porque eu prometi mudança. O voto apostou em conhecer a mudança”, considerou.

“No momento em que elege, diz ‘agora é contigo, não me enche mais a paciência. Daqui a quatro anos eu quero outra coisa, mas vou te dar quatro anos para você realizar aquilo que a democracia pelo voto, a democracia liberal, é capaz de te dar’”, completou a tucana.

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