Acompanhe

Eleições 2020: Ganhou a democracia, então ganhamos todos

Os resultados das eleições municipais concluídas no domingo expressam uma considerável mudança de rumos no país. Os eleitores deram o recado de que não querem saber de extremismos, seja de esquerda ou de direita. A democracia saiu fortalecida das urnas. Diante da crise sanitária, econômica e social provocada pela pandemia do novo coronavírus, o que se pode esperar dos gestores vitoriosos é a capacidade de administrar a cidade, de forma a controlar o contágio por meio de medidas cautelosas e ainda promover um movimento econômico do município. Desafio enorme!

Mas, voltando aos resultados nas urnas. Apesar da violência política enfrentada por diversas tucanas nestas eleições, o PSDB consolidou o avanço no número de mulheres eleitas para governar grandes centros urbanos. Entre as 95 cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores, desconsiderando as capitais, cinco ficarão sob o comando de uma tucana.

Em 2016 foram quatro municípios com mais de 200 mil habitantes conquistados por tucanas. Desta vez, seis grandes cidades elegeram mulheres do PSDB para prefeitas. Ao todo elegemos 55 prefeitas, 64 vice-prefeitas e 719 vereadoras. Para nós, do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, o que ficou foi a sensação de que estamos no caminho certo na batalha diária para alçar mulheres a postos de poder.

Nossa maior protagonista nestas eleições de 2020 foi, sem dúvida, a prefeita Cinthia Ribeiro. Das 26 capitais apenas Palmas (TO) deu o comando da cidade para uma mulher. A capital do Tocantins reelegeu Cinthia Ribeiro (PSDB), com 36,24% dos votos – na cidade não há eleição em dois turnos. Na apuração das urnas, ela saiu na frente sendo a segunda a ter a reeleição confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro resultado foi de Curitiba (PR), que reelegeu Rafael Greca. Fonte de inspiração pela sua resiliência, força e competência, Cinthia demonstrou que é possível enfrentar preconceitos, o machismo e a violência política.

Além da prefeita Cinthia, tivemos outras tucanas que também se destacaram neste pleito e foram recordistas de votos:

Raquel Lyra, reeleita a prefeita de Caruaru (PE) com 66.86% dos votos. A tucana arretada foi a primeira mulher a alcançar o posto de gestora da cidade, a ser reeleita e a atingir o maior número de votação da história da cidade.  Raquel tem alcançado resultados incríveis na cidade, principalmente, na educação.

– Paula Mascarenhas, reeleita no segundo turno a prefeita de Pelotas (RS) com 68.70%. A tucana é a primeira mulher a comandar o Executivo Municipal e a primeira candidata a ser reeleita na cidade. Exemplo de equilíbrio e coerência, enfrentou uma campanha atípica em meio ao desafio de controlar a pandemia na cidade.

Suzana Ramos, eleita prefeita de Juazeiro (BA) com 55.68% dos votos. A baiana arretada derrotou, com mais de 30 mil votos de diferença, o candidato do grupo que ficou por 12 anos no poder da cidade, o PT. Suzana representa a mudança e irá focar sua gestão na geração de emprego e renda para a população.

As mulheres do PSDB também ficarão no comando de cinco as cidades com mais de 100 mil habitantes. As tucanas assumirão a gestão de 44 municípios que abriguem menos de 100 mil habitantes.

E quanto às Câmaras Municipais, elegemos 719 vereadoras em todos os estados do Brasil. Mas, os maiores destaques foram Rio Grande do Norte e São Paulo.

O Rio Grande do Norte, aumentou sua bancada de vereadoras eleitas para os municípios do estado em 170%. Em 2016, foram 23 vereadoras eleitas. No pleito deste ano, o número subiu para 62. As potiguares se destacaram também na eleição de mulheres para prefeituras. Em 2016, 1 mulher foi eleita a prefeita. Desta vez, 8 mulheres irão assumir a gestão de cidades do RN. O resultado se deve ao trabalho de base espetacular realizado pela nossa querida e batalhadora Larissa Rosado, eleita vereadora por Mossoró e presidente do PSDB-Mulher do RN. Larissa tem sido uma grande aliada na busca por mais mulheres que participem ativamente da política dentro do partido.

São Paulo também cresceu em 66% o número de mulheres eleitas a vereança, se comparado às eleições passadas. De 119, subimos para 197 vereadoras mulheres que ocuparão as Câmaras Municipais. Edna Martins, presidente do PSDB-Mulher São Paulo, tem trabalhado firme para fortalecer nossa rede e ampliar espaços dentro e fora do partido para as tucanas.

Não podemos deixar de citar outros estados que obtiveram bons resultados e cresceram no quesito de eleger mais tucanas, comparando às eleições de 2016, como Minas Gerais, que obteve a marca de 105 mulheres eleitas para as assembleias. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul também aumentaram o número de representantes femininas. Elegeram 44 vereadoras, cada. Bahia, com 33 eleitas, e Acre, com 4, também ampliaram o número de mulheres no parlamento.

Diante dos números apresentados, podemos inferir que o investimento e trabalho desenvolvido pelo PSDB-Mulher Nacional na capacitação e apoio estratégico às suas candidatas trouxe resultados. Um dos maiores exemplos disso foi o lançamento da Plataforma Digital PSDB-Mulher 2020, importante ferramenta tecnológica que ofereceu cursos de capacitação política online EAD para mais de três mil pré-candidatas a partir de junho deste ano. Além disso, o Secretariado ofertou o apoio para campanha de mil candidatas com a doação de um kit que incluiu assessoria partidária, contábil, jurídica e material virtual de marketing. Salientamos e agradecemos também o empenho das coordenadoras regionais e presidentes estaduais do PSDB-Mulher que têm sido incansáveis na luta para ampliar nossas vozes nos quatro cantos país. Sem a dedicação e a parceria de vocês não seria possível alcançarmos tantas mulheres. Todas vocês estão de parabéns. Juntas somos mais fortes!

eAinda que tenhamos alcançado bons resultados em alguns estados, temos uma longa caminhada pela frente. Somos 52,49% do eleitorado brasileiro, todavia a sub-representatividade feminina é gritante. De acordo com o TSE, foram eleitas, neste ano, 658 prefeitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Já para as câmaras municipais, foram 9.196 vereadoras eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%). Podemos atribuir esse quadro ao tipo de sistema político/eleitoral do país – o qual conseguimos evoluir um pouco recentemente com o sistema de cotas -, e a permanência de práticas machistas dos partidos políticos que, monopolizados pelos homens, centralizam o poder partidário e a distribuição dos recursos das campanhas.

Nós, do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, reiteramos a nossa luta pelo lugar de fala das mulheres, pela paridade de gênero nas instituições públicas, estruturas político-partidárias, Executivos e Parlamentos. Perseveremos na ideia de que a formação política é o melhor instrumento para inserção das mulheres na política e vamos juntas rumo a dobrar a representação feminina num só coro. Vamos juntas!

Editorial do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB