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Jô Dias, pré-candidata a vereadora de Abaetetuba (PA), defende mais espaço para as mulheres na política

A tucana Jô Dias lançou sua pré-candidatura à vereadora de Abaetetuba, município localizado a 102 km da capital paraense, Belém. A disputa deste ano será a terceira da sua trajetória política. Concorreu pela primeira vez em 2012, obtendo 1.233 votos, quando ficou como primeira suplente de vereadora. Voltou a disputar o pleito em 2016, levando desta vez 1.539 votos.

“Esta é a minha terceira eleição por acreditar que nós somos capazes, que nós podemos reescrever uma nova história na nossa política. Por acreditar na força da mulher, decidi vir para a luta. Apesar de todas as dificuldades”, disse a tucana ao ressaltar as mudanças necessárias para o pleito de 2020, devido à pandemia do coronavírus. “Gosto de está no meio do povo. Olho no olho”, relatou.

Mãe de três filhos, esposa, trabalhadora, apaixonada por Abaetetuba, assim Jô Dias se descreve. Teve uma infância cheia de responsabilidade, pois começou a trabalhar cedo. Já trabalhou como sacoleira e como organizadora dos eventos que eram realizados pelo seu pai na cidade. O prefeito à época, Chico Narrina, foi quem a incentivou a entrar na política. Em 2010, Jô assumiu a presidência do PSDB-Mulher de Abaetetuba e ficou no posto por dois mandatos seguidos. Em 2013, assumiu o cargo de primeira secretária do diretório estadual do Pará do PSDB-Mulher.  Em 2016, foi eleita vice-presidente da APAE, onde batalhou por melhorias para crianças com Síndrome de Down.

Luta por mais espaço para as mulheres

Jô Dias é conhecida em Abaetetuba pela sua luta pelas causas femininas. A tucana defende igualdade entre homens e mulheres na política por acreditar que as políticas públicas femininas serão mais bem definidas e aplicadas se feitas por mulheres.

“Se nós não procurarmos avançar e conquistar os nossos espaços, nós sempre vamos estar esperando o que os homens vão propor para nós. E eles nunca vão saber propor de acordo com as nossas necessidades. Nós que vivemos as diferenças. Então, esse momento que estou vivendo é por acreditar que nós [mulheres] precisamos ocupar sim o nosso espaço na política”, frisou e destacou a importância da união entre as mulheres para conquistar espaços de poder. “Somos a maioria e a nossa representatividade ainda é pequena. A palavra política é feminina. Nós precisamos nos unir, nós precisamos acreditar que somos capazes para que possamos conquistar de verdade as políticas públicas voltadas para o segmento mulher”.

A tucana ainda salienta que, apesar do preconceito e machismo arreigados na sociedade, as mulheres precisam acreditar mais em seu potencial.

“Nós não queremos ser melhores, estamos lutando por igualdade, por nosso espaço, por nossa fala. Nós também podemos governar. Já governamos nossa casa. Somos mães, esposas, filhas. E conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo. Por que não conseguiríamos está lá também fazendo a boa política?”, indagou.

Jô destaca que a falta de recursos muitas vezes serve como barreira que dificulta o engajamento das mulheres na política. E incentiva a todas a ultrapassar esse percalço usando a criatividade.

“E a gente vem sem dinheiro, só vem com a coragem, a determinação, a força e a esperança que a gente pode chegar lá. Sou muito de inovação. Quando não temos dinheiro, temos que usar a criatividade. Isso é muito da mulher. Sempre buscamos a inovação”, disse ao contar sobre as produções que realiza para alertar a população nesse momento de pandemia.

Associação para ajudar mulheres

Jô Dias conta que não existem políticas públicas voltadas para as mulheres em Abaetetuba. Na Câmara de Vereadores da cidade tem apenas uma cadeira ocupada por mulher, a qual não tem bandeiras femininas, de acordo com Jô. Por isso, ela aposta em sua candidatura para mudar essa realidade na cidade.

“A política é a nossa arma de transformação. Muitas pessoas não suportam mais falar em política porque acha que todo político quer se dar bem, então a minha bandeira é dizer as pessoas que a política é uma coisa boa a se fazer quando você escolhe seus representantes que tenham comprometimento com o município”, disse.

A tucana adiantou que para tentar amenizar essa lacuna que existe para as mulheres na cidade, está concluindo a criação de uma associação que terá como foco promover cursos profissionalizantes, palestras, movimentos voltados aos direitos das mulheres, crianças e minorias.

“É um sonho a ser realizado”, concluiu.

Bandeiras defendidas

Uma das políticas públicas defendida pela pré-candidata a vereadora é a melhoria na oferta de saúde preventiva para mulheres na cidade.

“Aqui no município quando precisamos fazer uma mamografia, por exemplo, temos que nos dirigir até a capital, com o maior sacrifício, para que possamos ter esse atendimento”, contou.

Outra causa de luta para Jô Dias é a busca por tratamento adequado aos doentes crônicos da cidade. Ela vive essa dificuldade ao lado do pai que há anos se submete a sessões de hemodiálise.

“Eles precisam sair às 5h da manhã, pegam uma van para se deslocarem até a capital. Entram na máquina 11h da manhã, passam por 4 horas de hemodiálise. Às 15h já estão liberados a voltar para a casa, mas a van só passa às 17h. Chegam apenas às 20h em casa, isso se nada acontecer no caminho. Além do disso, o ônibus não tem as condições necessárias para transportar essas pessoas, em sua maioria idosos”, descreveu a rotina das pessoas que fazem tratamento renal.

Vídeo do lançamento da pré-campanha à vereadora de Jô Dias:

https://www.facebook.com/jo.dias.56/videos/3018003741602005/?d=n

Por Shirley Loiola